Para quem ainda pretendia assistir ao show do Raça Negra em Porto Alegre, neste sábado (22), veja só, que pena: os ingressos estão esgotados. Trilha sonora de bares, festas nostálgicas, churrascos e sofrências, o grupo de pagode se apresenta às 21h, no Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685).
No show, o Raça Negra deve apresentar novidades. Em setembro, o grupo lança o DVD ao vivo Raça Negra & Amigos II, com a participação de nomes como Bruno & Marrone, Chitãozinho & Xororó, Eduardo Costa, Leonardo, Wesley Safadão e Zezé Di Camargo e Luciano. O primeiro single do novo registro, Dono do Seu Beijo, conta com a parceria de Xand, do Aviões do Forró.
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Porém, o Araújo Vianna deve sacolejar (ou chorar) com hits como É Tarde Demais, Jeito Felino, Quando te Encontrei e a clássica Cheia de Manias.
Nos últimos anos, o pagode romântico dos anos 1990 passou a ser reavivado em festas temáticas e celebrado nas redes sociais. Grupos como Molejo e o próprio Raça Negra ganharam novo fôlego junto a uma nova geração. Com o público que cresceu com ouvindo pagode, mesmo que por osmose, os hits da época atingem o imaginário emocional e funcionam como uma valorização à nostalgia.
– O pagode dos anos 1990 é lembrado com carinho porque existia uma identificação do público naquela época com nossas músicas, e acho que, por isso, elas permanecem até hoje, independentemente da idade. Além de o gênero ser mais popular e de ser tocado em rodas de amigos, acho que as pessoas acabam associando a momentos felizes, por isso ele está vivo – afirma o vocalista Luiz Carlos.
Por conta de suas letras românticas e refrãos chicletes, o Raça Negra tem suas canções constantemente lembradas em memes. Cheia de Manias é a faixa mais lembrada, muito por conta do verso "Então me ajude a segurar essa barra / Essa barra que é gostar de você" e da onomatopeia "didididiê". Devido ao sucesso na web, a música vai ser regravada em inglês e espanhol, segundo anunciou Luiz Carlos. Escrita nos anos 1970 e lançada em 1992, no terceiro disco do grupo, Cheia de Manias segue ativa no imaginário popular em 2017.
– Eu gostava de uma menina que era toda cheia de manias, um pouco metida, daquelas que tinha dias que cumprimentava e dias que não. Na época, não imaginava que a música fosse fazer sucesso, tanto que só fui gravá-la no nosso terceiro disco após o incentivo do nosso produtor. Hoje nós não podemos de jeito nenhum deixá-la de fora do nosso repertório – conta o vocalista.
Além da geração Twitter e Facebook, o Raça Negra sempre contou com os fãs à moda antiga.
– Tem um que até hoje nos acompanha quando passamos na cidade dele, e ainda leva o pai, que agora está na cadeira de rodas. Ele diz que escuta nossas músicas desde pequeno porque seu pai é muito fã e esse sentimento foi passado de geração para geração. Essa é uma característica do Raça Negra. É sempre muito gratificante ouvir esses relatos, nós ficamos emocionados ao saber que temos um público fiel que guarda boas histórias relacionadas ao nosso grupo e às nossas músicas – destaca Luiz Carlos.