Toda semana, um jornalista do Grupo RBS irá compartilhar com os leitores na seção O que Estou Lendo a sua paixão por livros por meio de dicas dos livros que estão lendo no momento.
Depois de Vista Chinesa, em que narrou o estupro sofrido por uma amiga, Tatiana Salem Levy volta agora ao tema da violência contra o corpo feminino com uma personagem homônima – e esta é só uma das semelhanças entre ficção e realidade.
Aos 10 anos, seminua em um dia de piscina, a menina é desenhada pelo padrasto sem perceber. O choque ao ver os seios despontando no papel, em episódio definido como “a pré-história do mal”, é o início de uma convivência desconfortável com o namorado da mãe, Helena, em uma relação ansiosa que passará por episódio ainda mais agressivo.
Melhor Não Contar é o que lhe aconselham os amigos quanto a relatar o ocorrido à mãe ou não. Como acomodar entre ambas o segredo com esse homem?
O romance intercala trechos dos diários de mãe e filha, cada uma a seu tempo, misturando intimidades. Melhor Não Contar se apresenta também como uma conversa, com cobranças e confissões, que a filha mantém com a mãe morta precocemente.
As juventudes e os reveses amorosos são colocados lado a lado ao longo do texto que é uma espécie de autobiografia da autora/ protagonista.
Melhor Não Contar, de Tatiana Salem Levy
- Ed. Todavia
- 224 páginas
- R$ 69,90 (impresso) e R$ 49,90 (e-book)