— De certa forma, a Feira do Livro de Porto Alegre deu uma guinada na minha vida — relembra Duca Leindecker, 53 anos.
O porto-alegrense é cantor, compositor e multi-instrumentista. Foi líder da banda Cidadão Quem e formou o projeto Pouca Vogal, com Humberto Gessinger. É também escritor, tendo lançado os livros A Casa da Esquina (1999), A Favor do Vento (2002) e O Menino que Pintava Sonhos (2013).
Para celebrar a tradicional festa literária da Capital – que segue até quarta-feira (15) na Praça da Alfândega –, GZH publica a série Feira da Minha Vida, na qual convida personalidades que contribuem para a cultura do Rio Grande do Sul a compartilhar lembranças de edições que marcaram suas histórias. Nesta segunda-feira (13), Leindecker recorda a ocasião que mais impactou sua vida – uma resposta "muito fácil", como afirma.
O músico sempre gostou de ir à Feira. No evento, também lançou seus títulos, com sessões de autógrafos. Mas um ano foi "realmente arrebatador" em sua trajetória: a edição de 1999.
— Eu lancei meu primeiro livro (A Casa da Esquina) na 45ª Feira do Livro, e foi o terceiro mais vendido no segmento de ficção. Eu fui para a capa da Zero Hora junto com o Eduardo Bueno, Luis Fernando Verissimo, Martha Medeiros, toda essa turma, fiquei junto com eles. Isso, na verdade, abriu todas as portas para mim na literatura, porque foi o meu primeiro livro lançado e, a partir dali, virei escritor mesmo — ressalta.
As obras de Leindecker passaram, então, a ser adotadas em escolas e utilizadas para admissão em universidades e escolas técnicas.
— Foi o que, de certa forma, me fez entrar de verdade na literatura. Até hoje, imagina, 20 anos depois, continuo falando sobre essa Feira, o impacto que ela teve e os livros que vieram depois — afirma.