Todas as 28 inscrições feitas pela editora Companhia das Letras no Prêmio São Paulo de Literatura 2023, um dos maiores do país, foram inabilitadas por estarem incompletas. A decisão foi publicada na segunda-feira (24) no Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Entre os escritores que não vão poder concorrer na premiação estão os gaúchos Carol Bensimon, autora de Diorama, e Jorge Furtado, de As Aventuras de Lucas Camacho Fernandez, além de Marcelo Rubens Paiva, com Do Começo ao Fim, Ruy Castro, com Os Perigos do Imperador, Ricardo Lísias, com Uma Dor Perfeita, e Lázaro Ramos, com Você Não É Invisível, entre outros.
De acordo com o Diário Oficial do Estado de São Paulo, as inscrições da Companhia das Letras foram consideradas inabilitadas porque o requisito de enviar 10 exemplares de cada obra concorrente não foi cumprido. Também não foram enviadas as fichas de registro e os comprovantes da inscrição online. O edital não permite recurso.
Em nota enviada ao Estadão, a Companhia das Letras confirmou que houve um problema no envio dos exemplares, mas alegou que os demais requisitos foram cumpridos. A editora também argumentou que tentaria reverter a decisão.
"Confirmamos que houve um erro em relação ao envio de exemplares físicos dos livros inscritos no Prêmio SP — embora as demais etapas do processo de inscrição, como envio da documentação e PDFs das obras, tenham sido cumpridos dentro do prazo. Por justiça aos nossos autores e ao nosso trabalho editorial, vamos fazer o possível para que um erro humano não prejudique as 28 inscrições da Companhia das Letras e que a decisão seja revista", diz o texto da editora.
A premiação é promovida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e é a que gera a mais alta gratificação em dinheiro no país. Os vencedores das categorias melhor romance e melhor romance de estreia levam R$ 200 mil cada. O Prêmio Jabuti, por exemplo, paga R$ 100 mil ao livro do ano.
Na edição de 2022, entre os 20 finalistas do Prêmio São Paulo, nove foram publicados pela editora, incluindo o vencedor de melhor romance, Uma Tristeza Infinita, do porto-alegrense Antonio Xerxenesky. O prêmio recebeu 453 inscrições neste ano e 81 foram inabilitadas.
Livros da Companhia das Letras com inscrição inabilitada:
- 1002 fantasmas, de Heloisa Prieto
- A Árvore Inexplicável, de Carol Chiovatto
- A Vida Futura, de Sérgio Rodrigues
- As Aventuras de Lucas Camacho Fernandez, de Jorge Furtado
- Corpo Desfeito, de Jarid Arraes
- Dia Um, de Thiago Camelo
- Diorama, de Carol Bensimon
- Do Começo ao Fim, de Marcelo Rubens Paiva
- Humanos Exemplares, de Juliana Leite
- Inventário do Azul, de João Anzanello Carrascoza
- Moeda Vencida, de Francisco J. C. Dantas
- Motivos e Razões para Matar e Morrer, de Reginaldo Prandi
- Movimento 78, de Flavio Izhaki
- O Antigo do Futuro, de Luiz Ruffato
- O Livro dos Mortos, de Lourenço Mutarelli
- O Manto da Noite, de Carola Saavedra
- O Último Endereço de Eça de Queiroz, de Miguel Sanchez Neto
- Os Coadjuvantes, de Clara Drummond
- Os Perigos do Imperador, de Ruy Castro
- Peixe Estranho, de Leonardo Brasiliense
- Romance Real, de Clara Alves
- Solitária, de Eliana Alves Cruz
- Um Álbum para Lady Laet, de José Luiz Passos
- Um Passo de Cada Vez, de Iris Figueiredo
- Uma Dor Perfeita, de Ricardo Lísias
- Via Ápia, de Geovani Martins
- Vinco, de Manoela Sawitzki
- Você Não É Invisível, de Lázaro Ramos