No dia 2 de outubro de 1950, a primeira tirinha de Peanuts foi publicada em sete jornais dos Estados Unidos. Criada pelo cartunista americano Charles M. Schulz (1922—2000), a turminha do Charlie Brown (ou do Snoopy, se preferir) segue onipresente — seja nas reimpressões das tirinhas em livros, seja nos mais variados produtos (roupas, brinquedos, itens de decoração etc.).
Ao longo de sete décadas, Peanuts se consolidou como um universo encantador tanto para crianças quanto para adultos. Schulz desenhou uma gama de personagens carismáticos expressando sentimentos profundos e tocantes, em quadrinhos que podiam trazer observações espirituosas ou filosóficas sobre a condição humana. Além de divertir com as suas histórias, Peanuts também discutia o sentido da vida pela fala das crianças.
Consequentemente, as histórias são atemporais, e a franquia segue atravessando gerações.
A seguir, confira 11 curiosidades:
Números
Publicada até 2000, as tiras de Peanuts chegaram a figurar em mais de 2,6 mil jornais de 75 países, com público diário de 355 milhões de pessoas. Em 50 anos, Schulz produziu 17.897 tiras, que são republicadas até hoje. É apontada como uma das histórias mais longas contadas por um autor.
Batizado
A princípio, não era para ser Peanuts (“Amendoim”). Schulz apresentou a tira Lil’ Folks para a United Feature Syndicate, uma empresa que distribuía conteúdo para jornais americanos.
O problema é que havia duas tiras com nomes parecidos na época: Li’l Abner e Little Folks. Para evitar confusões ou, quem sabe, aquele processo “amigo”, a distribuidora batizou a tira como Peanuts, em referência a um termo usado no programa infantil The Howdy Doody Show.
Schulz odiava Peanuts
O criador nunca escondeu o desgosto pelo título de sua obra-prima. Em uma entrevista, Schulz disse que o nome era “totalmente ridículo”. “Não tem sentido, é simplesmente confuso e indigno, e acho que o meu humor tem dignidade”, declarou. Para ele, a tira poderia ter sido batizada como Good Old Charlie Brown (“Bom e Velho Charlie Brown”).
Proibido adultos
Há um motivo pelo qual as histórias em quadrinhos de Snoopy e Charlie Brown não mostram adultos. “Eles iriam invadir um mundo em que ficariam desconfortáveis”, explicou Schulz. Quando a história virou animação, a ideia se manteve firme, por isso a voz da professora das crianças é um trombone.
Garotinha Ruiva
Representação do amor platônico, a Garotinha Ruiva era a grande paixão de Charlie Brown (também chamado de Minduim). Ele nunca tinha coragem de falar com a garota. Nas tiras, ela nunca foi vista, tampouco seu nome é citado. A moça só foi aparecer na série animada A Turma do Charlie Brown (1983—1985) e no filme Snoopy e Charlie Brown: Peanuts (2015), sendo chamada de Heather. Em ambos os casos, sua aparência foi decidida pelos animadores.
Inspiração
A Garotinha Ruiva foi baseada em uma paixão de Schulz, chamada Donna Mae Johnson. Ao contrário das tirinhas, o cartunista e a moça de cabelos vermelhos namoraram por alguns anos. Schulz chegou a pedi-la em casamento, mas ela recusou. Que puxa!
No espaço
Peanuts chegou ao espaço. Em 1969, a Apollo 10 teve seu módulo de comando batizado de Charlie Brown, enquanto o módulo lunar foi chamado de Snoopy.
Sniffy? Quietinho?
Originalmente, Snoopy se chamaria Sniffy. Porém, Schulz descobriu que o nome já havia sido utilizado em uma outra tirinha. O nome do mascote de Charlie Brown veio de uma ideia da mãe do cartunista. Certa vez, ela disse à família que, quando adotasse um terceiro cão, ele deveria se chamar Snoopy, inspirado em um termo afetuoso em norueguês (a palavra é “Snuppa”). Aliás, Snoopy era para se um personagem silencioso. Só depois de um tempo ele passou a “falar” através de balões de pensamento.
É um cachorro
Ele dança, escreve cartas, pratica todos os esportes, pilota avião, entre inúmeras outras atividades. Pode parecer outra coisa, mas é um só um beagle. O beagle mais famoso do mundo, de fato, mas um cachorro. Contudo, em 2014, uma revelação bombástica pegou muita gente de surpresa: Hello Kitty não é uma gata. No Twitter oficial de Peanuts, a franquia se apressou em tranquilizar os fãs (ou tirar onda): “Nós confirmamos que Snoopy é um cachorro”. Ufa!
Calçada da fama
Em 2015, Snoopy ganhou sua estrela na Calçada da Fama, em Hollywood. Ele inaugurou a placa de número 2.563, ao lado da de seu criador, Charles M. Schulz. O beagle se somou a Lassie e Rin Tin Tin como os cães mais famosos com placa própria.
No dicionário
A expressão “cobertor de segurança” (“security blanket”), usada pelo personagem Linus nas tiras, foi incluída no dicionário Oxford. Embora o termo não tenha sido criado por Schulz, foi ele quem o popularizou em Peanuts. A expressão entrou no dicionário em 1986.