Era como se estivessem em uma reunião de amigos para saudar a nova integrante da turma. Seis ex-patronos deram as boas-vindas a Maria Carpi na tarde deste sábado (3), no Clube do Comércio, no centro de Porto Alegre, para marcar o nome da poeta natural de Guaporé como representante maior da 64ª Feira do Livro, que teve início na última quinta-feira (1º) e se estende até o dia 18 de novembro.
Os escritores Alcy Cheuiche, Cíntia Moscovich, Airton Ortiz, Valesca de Assis, Luis Augusto Fischer e Dilan Camargo, patronos de edições anteriores do evento, rememoraram histórias da Praça da Alfândega e de seus encontros com Maria, além de lerem trechos de poemas da homenageada. Caio Riter, um dos patronáveis concorrentes na eleição deste ano, também estava presente.
– Quem foi que disse que toda unanimidade é burra? A unanimidade é extremamente inteligente. Tenho certeza absoluta de que toda a cidade, todo o Rio Grande do Sul e toda esta feira estão felizes com a sua escolha – disse Cheuiche, o primeiro a tomar a palavra, recordando que concorreu a patrono cinco vezes antes de finalmente conquistar o título.
Cíntia levou ao Clube do Comércio uma pilha de livros da amiga.
– Somos leitores seus, Maria – declarou Cíntia, citando o marido, o também escritor Luiz Paulo Faccioli. – Foi uma feliz descoberta a sua poesia e, até hoje, ela me inquieta. É uma alegria muito grande recebê-la aqui hoje. Já não era sem tempo recebê-la aqui – completou.
Ortiz recordou que o colunista esportivo Ruy Carlos Ostermann, patrono de 2002, criou o Conselho de Patronos durante sua passagem pelo cargo, grupo que acabou se desintegrando com o tempo. Neste ano, o conselho, com 18 integrantes, foi reativado no WhatsApp.
– Bem-vinda ao Clube dos Patronos! – comemorou Ortiz, recebendo aplausos da plateia.
Os demais também se pronunciaram antes que Maria pegasse o microfone.
– Acho que não foi tardio, foi na hora certa. Eu tinha que caminhar mais, dar mais alguns passos, amadurecer o coração – disse a poeta de 79 anos, que publicou seu primeiro título aos 50. – Sou mais inédita do que publicada. Não sou parâmetro para ninguém, mas eu amo não ter pressa.