Nove autores receberam, na noite desta terça-feira (6), o Prêmio Minuano de Literatura, em cerimônia na Sala de Música do Theatro São Pedro, como parte da programação da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre. A iniciativa do Instituto Estadual do Livro (IEL), em parceria com do Instituto de Letras da UFRGS e a Associação Lígia Averbuck, foi criada para suprir a lacuna em premiações destinadas a destacar e reconhecer a produção literária do Rio Grande do Sul, conforme declarado pela diretora do IEL, Patricia Langlois - já que que o tradicional Prêmio Açorianos é focado em autores ou editoras porto-alegrenses. Os inscritos tinham que ser nascidos ou residentes no Estado.
Antes de começar a distribuição dos troféus, a presidente da Associação Lígia Averbuck, a escritora Marô Barbieri, fez uma homenagem à patrona e concorrente na categoria Poesia, Maria Carpi, e a presenteou com uma “caixinha para guardar sonhos”. O diretor do Instituto de Letras da UFRGS, Sérgio Menuzzi, destacou o significado da iniciativa, que incentiva a produção literária do Estado, e manifestou o desejo de continuidade do projeto nos próximos anos.
Na categoria Contos, Gustavo Melo Czekster foi premiado por Não Há Amanhã, enquanto Juliana Meira foi escolhida a autora do melhor livro de poesia por Na Língua da Manhã Silêncio e Sal. Vencedor da categoria Crônica por Demônios Domésticos, Tiago Germano destacou que sua obra foi viabilizada por financiamento coletivo:
— No momento em que vivemos, cada prêmio cultural é um ato de resistência — afirmou Germano, escritor natural da Paraíba e radicado no Rio Grande do Sul.
Premiado na categoria juvenil por Sherlock e os Aventureiros: o Mistério dos Planos Roubados, A. Z. Cordenonsi destacou a necessidade de estimular a reflexão dos jovens por meio da leitura, em uma época dominada pela abundância de informações não confiáveis ou manipuladas.
Vencedor na categoria Especial por 20 Relatos Insólitos de Porto Alegre, Rafael Guimaraens fez uma manifestação contundente de apreensão sobre o futuro da área cultural:
— Estamos comemorando um prêmio, mas logo à frente somos alvo de uma enorme estupidez. Precisamos resistir — concluiu o último premiado da noite.
No discurso de encerramento, o secretário da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Victor Hugo, ouviu da patrona Maria Carpi o pedido para cantar e entoou, à capela, versos da canção Desgarrados, de Mário Barbará e Sérgio Napp, e foi acompanhado pela plateia em corro no refrão: "Mas o que foi/ Nunca mais será".
Veja os vencedores
Conto
Não Há Amanhã, de Gustavo Melo Czekster
Poesia
Na Língua da Manhã Silêncio e Sal, de Juliana Meira
Romance/Novela
Roupas Sujas, de Leonardo Brasiliense
Infantil
Anahí: A Flor que Queria Ser Menina, de Maíra Suertegaray
Ilustração
Ernani Carraro, por O Mundo de Nini: a Menina das Flores, de Vera Mari Damian
Crônica
Demônios Domésticos, de Tiago Germano
Juvenil
Sherlock e os Aventureiros: o Mistério dos Planos Roubados, de A. Z. Cordenonsi
Quadrinhos
A Infância do Brasil, de José Aguiar
Especial
20 Relatos Insólitos de Porto Alegre, de Rafael Guimaraens