Com linguagem simples e tom pessoal, o novo livro da Marcia Tiburi apresenta diferentes discussões sobre feminismo a um público amplo, tanto os iniciantes quanto os mais aprofundados no assunto. A filósofa estará nesta terça-feira na Capital para lançar Feminismo em Comum – Para Todas, Todes e Todos, às 19h, na Livraria Cultura (Avenida. Túlio de Rose, 80 – Shopping Bourbon Country), com bate-papo e sessão de autógrafos.
– Como professora de filosofia e como feminista que sou, eu quis falar de um modo bem pessoal, propondo reflexões que, a meu ver, podem contribuir com o debate e, sobretudo, o diálogo atual. Falei, portanto, do feminismo que eu tento pensar e elaborar, que eu tento praticar, narrei situações, falei de mulheres que fazem parte da minha vida. É uma meditação que eu partilho agora com a intenção de que outras pessoas possam, cada uma a sua maneira, pensar e avaliar a história da qual é parte – explica Marcia.
O título da obra deixa claro que a obra foi escrita não só de olho nas mulheres. Marcia esclarece que o livro foi pensado para todas as pessoas que têm curiosidade sobre o feminismo, inclusive os homens:
– Se é horrível ter que conviver com um machista, creio que deve ser horrível para um homem ser machista. O machismo é inatual, é antiquado, é sem charme, é sem graça, é um tipo de limitação cognitiva e moral que precisa ser superada. Homens inteligentes, em geral, não são machistas.
O livro também marca a retomada do selo Rosa dos Tempos pela editora Record. Fundado em 1990 pela escritora Rose Marie Muraro e pela atriz Ruth Escobar, o Rosa dos Tempos dava voz às mulheres sob o ponto de vista feminista.
– Trinta anos é um tempo histórico mínimo, mas conseguimos ver uma mudança no cenário relativamente à presença de várias gerações de feministas e toda a discussão de gênero que hoje está bem mais intensa – avalia Marcia.
Em um ano com eleições presidenciais, a filósofa se questiona em que medida as discussões feministas, muito barulhentas na redes sociais, serão capazes de mudar a estrutura parlamentar brasileira.
– Entre Executivo e Legislativo há poucas mulheres. Algumas candidatas, como Manuela D’Ávila, levarão essa pauta com coragem. Uma mulher que se envolve com política e tem consciência de sua condição deveria ser feminista, mas nem todas são. Nesse sentido, não basta ser mulher, é preciso que haja uma consciência da desigualdade entre os gêneros que é equivalente à desigualdade de classes e no trabalho.
Feminismo em Comum – Para Todas, Todes e Todos
De Marcia Tiburi
Rosa dos Tempos, 126 páginas, R$ 19,90.
Sessão de autógrafos e bate-papo com a autora nesta terça-feira, às 19h, na Livraria Cultura (Túlio de Rose, 80).