A eleição para a cadeira 22 da Academia Brasileira de Letras (ABL), realizada na tarde de quinta, não teve vencedor. Depois de quatro escrutínios, a disputa pela vaga antes ocupada pelo acadêmico Ivo Pitanguy, que morreu em 6 de agosto deste ano, terminou empatada entre os candidatos mais votados, o poeta e letrista da MPB Antonio Cicero, de 61 anos, e o sociólogo, cientista político e ex-ministro da Cultura Francisco Weffort, de 79 anos. Nenhum dos postulantes alcançou a maioria absoluta dos votos, exigida pelo estatuto da ABL.
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Ao fim da contagem, persistido o empate, o presidente da Academia, Domício Proença Filho, declarou abertas as inscrições, pelo período de 30 dias, para novas candidaturas à cadeira 22.
– O resultado atesta a alta qualidade dos candidatos e do processo eleitoral da ABL – destacou Proença.
Além de Cícero e de Weffort, concorriam à cadeira o pesquisador e historiador da música popular brasileira Ricardo Cravo Albin, de 72 anos, que também foi bem votado, e outros seis candidatos.
– Nos 30 anos que estou na Academia, nunca vi uma eleição tão acirrada – disse outro acadêmico, Marcos Vinicius Vilaça, que presidiu a instituição por dois mandatos, 2006/2007 e 2010/2011.
Com três vagas abertas este ano, a ABL elegeu no dia 3 deste mês o poeta Geraldo Carneiro para a cadeira 24, que foi do crítico teatral Sábato Magaldi, e uma semana depois, o economista e escritor Edmar Bacha, que participou da equipe que concebeu e implantou o Plano Real, para a cadeira 40, vaga com a morte do jurista Evaristo de Moraes Filho. Como os dois ainda não tomaram posse, e com a vaga de Pitanguy não preenchida, são 37 os votantes possíveis da academia, de 40 membros.