A biografia Renato Russo - O filho da revolução revela um fato curioso sobre Geddel Vieira Lima – que está sob holofotes depois do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusá-lo de tentar liberar a construção de um edifício em Salvador por interesse próprio. O ministro da Secretaria de Governo era colega do músico em uma escola particular de Brasília, o colégio Marista, na primeira metade dos anos 1970.
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O autor da biografia, lançada em 2009 pela Agir e republicada no mês passado pela Editora Planeta, é o jornalista Calos Marcelo, diretor de redação do Estado de Minas. O jornal destacou o trecho que mostra que Russo não gostava de Geddel, filho de um político baiano. O atual ministro inclusive tinha o apelido de "Suíno" na época da escola. Confira:
A turma do Colégio Marista tem que preparar apresentação relacionada à música. De imediato, Renato avisa:
– O tema do meu grupo vai ser a história do rock.
Rigoroso na hora de selecionar os colegas de grupo, ele convida Maria Inês Serra e mais dois ou três felizardos que se mostraram dispostos a executar a tarefa como ele planejaria. Tinha gostado de trabalhar com Inês em uma pesquisa sobre cantigas de roda - o esforço alheio representava fator decisivo para a escolha. Deixa claro (a ponto de despertar antipatia e criar fama de chato) que não carregaria ninguém nas costas. Apesar dos pedidos de colegas como Geddel Quadros Vieira Lima para entrar no seu grupo pela garantia de notas altas na avaliação final. Filho do político baiano Afrísio Vieira Lima, o gordinho Geddel era um dos palhaços da turma. Chegava no colégio dirigindo um Opala verde, o que despertava atenção das meninas e a inveja dos meninos - que davam o troco chamando-o de "Suíno". Tinha sempre uma piada na ponta da língua; as matérias, nem sempre.
– Eu vou ser político!
O jeitão expansivo garantia popularidade entre os colegas, mas não unanimidade. "Ele é in-su-por-tá-vel!", justifica Renato para Maria Inês, dividindo as sílabas de forma enfática, ao sentenciar a proibição da entrada de Geddel em seu grupo.