Teve gente chegando com sete horas de antecedência, muito choro e fila no corredor durante a sessão de autógrafos de Tá todo mundo mal, primeiro livro da youtuber Jout Jout, em Porto Alegre. O evento, realizado na livraria Saraiva do BarraShoppingSul, nesta quinta, foi tomado por centenas de jovens ansiosos por alguns segundos ao lado de Julia Tolezano, 25 anos, quase um milhão de seguidores e um dos maiores nomes brasileiros no YouTube.
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Se a entrega de senhas para a sessão de autógrafos (que não permitia aos fãs fazerem selfies, gravação de áudio para WhatsApp ou vídeos para o Snapchat) começou só às 16h, desde as 9h da manhã já havia fãs de Jout Jout no shopping. Ela assume a responsabilidade, mas diz não se surpreender com o tamanho que alcançou – diz ter se acostumado:
– Tem gente que fica feliz, gente que chora, gente que veio aqui só para pegar um livro para o sobrinho e nem sabe quem eu sou. Tem muita gente, e eu sei que é uma responsabilidade. Mas eu faço análise – brinca a youtuber, agora escritora.
A estudante Gabriela Lewis, de 15 anos, foi a primeira da fila. "Apaixonada" por Jout Jout, ela diz que conheceu a youtuber por conta de um comercial, chegou a seu canal no YouTube pelo vídeo "NÃO TIRA O BATOM VERMELHO", talvez o mais famoso de sua autoria, e virou fã:
– Nenhum outro youtuber é como ela. Conheci ela neste ano e me apaixonei, porque me identifico muito com as coisas que ela fala – disse a jovem.
Lançado em maio, Tá todo mundo mal saiu com tiragem de 30 mil exemplares e, até julho, já havia tido duas reimpressões, de 10 mil unidades cada. O livro é mais uma forma de Jout Jout lidar com crises – seja em relação a família, aparência, inseguranças, relacionamentos amorosos, trabalho, onde morar ou ao que fazer com os sushis que sobraram no prato. Se o canal no YouTube foi uma maneira que a jovem Julia Tolezano encontrou para superar a vergonha, a publicação de um livro é também uma forma de agradecer a quem a ajudou:
– A intenção é dar um abracinho – avalia a escritora, que completa: – Quando você fala, mostra para os outros que eles não estão sozinhos. Você não é o único que tira nota ruim no colégio, isso não é algo de outro mundo.