A última noite da revolucionária alemã Olga Benário Prestes no campo de concentração nazista de Bernburg será encenada em Porto Alegre, na Casa de Cultura Mario Quintana, a partir desta sexta-feira (6), com o espetáculo Olga. A peça é baseada em um monólogo de 20 minutos que transitou por diversos festivais e mostras de teatro do Estado em 2018. Para esta nova temporada, o espetáculo foi repaginado, recebendo o dobro da duração, além de novos figurinos e trilha sonora.
O projeto é idealizado pela atriz Edelweiss Ramos, que também interpreta Olga. O palco da Sala Carlos Carvalho será transformado em uma cela do campo de extermínio: cercada de pilares e arames farpados, a atriz incorpora a revolucionária em um pequeno espaço de dois metros de altura por dois metros de largura. A ideia é justamente passar a sensação de solidão e opressão vivida por Olga, além de retratar a frieza do espaço.
— A plateia fica muito próxima, é olho no olho. É uma relação muito próxima e muito bonita. Tem momentos em que eu me dirijo à plateia como se ela estivesse ali junto comigo, na cela. Não tem uma separação entre o palco e a plateia, é tudo um grande conjunto — explica Edelweiss em entrevista a GaúchaZH.
A atriz conta que se apaixonou pela história de Olga Benário ainda quando pequena. A jovem militante comunista de origem judaica foi enviada ao Brasil em 1934 para apoiar o Partido Comunista Brasileiro junto a Luís Carlos Prestes. Os dois se casaram e foram presos em 1936. Olga foi deportada para a Alemanha, deu à luz a filha na prisão e foi executada em uma câmara de gás em 1942, aos 34 anos.
— Eu tinha feito o texto inicialmente com base nos dados históricos, sentada na sala da minha casa, para 20 minutos de peça. O Pedro Bertoldi reescreveu todo o texto, ele usou o meu como base, mas agora o texto ficou muito mais poético, atual e político. E a peça agora tem 40 minutos — contou Edelweiss.
A trilha sonora também trabalha as emoções da personagem e envolve os espectadores. A música foi criada por Álvaro RosaCosta com base em uma pesquisa sobre os sons existentes nos campos de concentração. O figurino remete ao mesmo uniforme usado pelas presas.
Olga fica em cartaz até 29 de março, de sexta a domingo. Em todas as sextas, após o espetáculo, haverá um bate-papo com especialistas, historiadores e sobreviventes do Holocausto.
A peça tem direção de Camila Bauer, cenografia de Diego Stefani e figurino de Liane Venturella. Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, acompanhou e autorizou os trabalhos de adaptação da história de sua mãe para o teatro.
Olga
- Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 - Centro Histórico).
- De 6 a 29 de março - Sextas a domingos, às 20h.
- Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (Clube do Assinante, estudantes, idosos, professores e classe artística, mediante comprovação).
- Vendas físicas: Bomboletras (Shopping Olaria, loja 3 – Cidade Baixa), das 10h às 22h, de segunda a sexta, e das 15h às 21h, aos domingos.
- Vendas online: tcheofertas.com.br
- Classificação etária: 12 anos.