Sucesso de público assistido por cerca de 200 mil espectadores em 15 cidades brasileiras desde 2015, o espetáculo O Topo da Montanha retorna a Porto Alegre, onde foi apresentado há dois anos, para novas sessões de sexta (19) a domingo (21) no Theatro São Pedro.
Escrita pela dramaturga norte-americana contemporânea Katori Hall, a peça mostra o encontro do líder do movimento pelos direitos civis Martin Luther King (1929-1968) — vivido por Lázaro Ramos, também o diretor da peça — com uma camareira chamada Camae — papel de Taís Araújo — em um hotel após seu último sermão e no dia anterior a seu assassinato. O que ocorre durante esse diálogo intenso e transformador é o cerne do espetáculo.
Para antecipar o tema, Lázaro e Taís participarão de um bate-papo nesta quinta (18), às 19h, no Centro de Eventos da PUCRS no prédio 41 da universidade (Avenida Ipiranga, 6.681), com mediação da jornalista Carol Anchieta e do diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, Ricardo Barberena. A entrada é gratuita, com inscrições pelo link bit.ly/lazaroetaisnapucrs.
Em entrevista por telefone a GaúchaZH, Taís afirma que o sucesso do espetáculo se deve ao fato de mobilizar os espectadores, assim como faz com os próprios atores:
— Estamos em cartaz há quatro anos e temos a sensação de que faremos esta peça para sempre. É um texto que toca tanto as pessoas que queremos interpretá-lo por muitos anos. É um privilégio ter casa cheia em todas as cidades. Acreditamos demais na mensagem e, cada vez que dizemos aquelas palavras, reforçamos nossas escolhas.
Mensagem universal
Taís observa que a mensagem de Luther King segue atual por reforçar a importância do diálogo com afeto e o discurso da não violência.
— Também acredito no outro enquanto potência, no diálogo como saída, na empatia. A alteridade é entender que o outro tem uma bagagem diferente da sua. A parte triste é que a história se passa em 1968 e ainda estamos falando dessas coisas. Mas são coisas que precisam ser ditas — defende Taís, indicada ao Prêmio Shell de Teatro de São Paulo em 2015 por sua atuação.
A primeira leitura provocou em Taís e Lázaro o receio de que o texto de Katori Hall fosse “americano demais”, mas a tradução de Silvio Albuquerque os convenceu do contrário. Buscaram, assim, a universalidade presente nessa história, que toca todos os espectadores, segundo a atriz.
— Nosso público é muito variado, tem pessoas negras e pessoas brancas. Talvez o público negro se sinta contemplado por ter dois atores negros no palco, mas falamos para todo mundo. Não acreditamos na separação, mas na união. Para mim, uma casa cheia perfeita e bonita seria 50% a 50% ou, como no Brasil, 54% e 46%. Queremos uma casa que represente o Brasil, e temos isso no espetáculo.
O Topo da Montanha
- Sexta (19) e sábado (20), às 21h, e domingo (21), às 18h.
- Theatro São Pedro (Pça. Marechal Deodoro, s/nº).
- Ingressos de R$ 80 a R$ 120, à venda no site teatrosaopedro.com.br e na bilheteria.