Refletindo sobre limites do humor e sobre as diferenças entre trabalhar na TV e no teatro, o humorista Eduardo Sterblitch foi entrevistado na manhã desta sexta-feira (9) no programa Timeline, da Rádio Gaúcha. O comediante se apresenta neste sábado (com ingressos esgotados) e domingo (em sessão extra) no Teatro da Amrigs com o espetáculo Eduardo Sterblitch Não Tem Um Talk Show.
Na entrevista, Eduardo comentou sobre o quão mais vivo é fazer comédia no palco em relação à televisão:
– (Na TV) Você não tem a resposta da galera, só imagina, é uma coisa mais fria. Você faz para a câmera: tem que imaginar toda a população dentro de uma lente. No teatro, é completamente vivo. Por mais que na televisão tenha o ao vivo, no palco você tem a reação. É como se você estivesse jogando futebol no estádio e no videogame. O teatro te dá uma energia que a TV não tem, um acesso direto ao público.
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Quando questionado sobre os limites do humor, tema constantemente debatido nos últimos tempos, Eduardo se posicionou como comediante.
– Sou um palhaço, um artista. Não sou um político ou um professor. Não posso ter medo de ter minha opinião e de estar em cena falando alguma coisa. Sempre penso o seguinte: pode contar qualquer tipo de piada em cima do seu bom senso para entender se ela é mais polêmica do que engraçada ou mais engraçada do que polêmica. Quando ela segue o primeiro exemplo, passa do limite do jogo da graça – explicou.
Segundo Eduardo, muitas pessoas estão tendo oportunidade de ter voz pela primeira vez.
– Isso é bom e é ruim: hoje em dia uma pessoa pode criar um perfil no Facebook se passando por advogado e ficar dando palpites sobre questões jurídicas do país, sem realmente ser. Rede social é um excesso de informação. É como o Leandro Karnal fala: tem muita gente formada e pouco informada. Você tem que ficar ligado sempre na sua relação com o público. Ainda existe como você fazer coisa polêmica, como estar em cima desse muro, só que você tem que ter um bom senso apurado. Não é qualquer pessoa que tem esse talento. Não eu, eu também não tenho (risos). Evito sempre contar piada polêmica. Acho que o limite do humor é o amor – ressaltou.
– Agora a sociedade como um todo está entendendo os absurdos que sempre foram ditos. As questões sociais que sempre foram colocadas de uma forma simples, mas que são polêmicas realmente. Tem que respeitar as pessoas, entender onde você está errado, onde socialmente você está equivocado. A sociedade está equivocada 90% da vezes. Acho que é um momento de reeducação – completou.
Em seu espetáculo que será apresentado no Teatro da Amrigs, Eduardo comando um talk show com o público – formato de programa no qual alguns de seus colegas humoristas têm comandado.
– Eu não tenho talk show. Ele dá errado, não tem uma televisão exibindo aquilo. Estamos fazendo aquilo mesmo assim. Então a plateia local é a grande protagonista. É como se fossem episódios. Cada sessão é um episódio. As pessoas que estão ali dentro se tornam protagonistas daquele espetáculo – aponta.
Portanto, conforme Eduardo, pode haver diferentes ideias manifestadas no palco.
– Nesta peça, o protagonista é a plateia, que tem a liberdade de falar de qualquer assunto. Se tiver alguém que vota no Bolsonaro e outra pessoa que vota na Luciana Genro, os dois podem estar no mesmo sofá dando entrevista para mim conversando sobre aquilo. É um espaço democrático – sublinha.
Ouça a entrevista:
Eduardo Sterblitch Não Tem Um Talk Show
10 e 11 de junho
Sábado às 21h / Domingo às 19h
SESSÃO EXTRA: domingo às 17h
:: Local ::
Teatro da Amrigs (Av. Ipiranga, 5311)
:: Ingressos ::
Inteira: R$ 70,00
Solidário (antecipado - mediante entrega de 1kg de alimento não perecível no dia e local do evento)
Solidário 1º Lote: R$ 40,00
Solidário 2º Lote: R$ 50,00
Solidário 3º Lote: R$ 60,00
Meia-entrada: R$ 35,00*
*cfe decreto 8.537, de 5 de Outubro de 2015
:: Pontos de Venda ::
Minha Entrada (minhaentrada.com.br)
e Lojas Multisom credenciadas (Porto Alegre e Canoas Shopping)
