Aos 38 anos, a israelense Gal Gadot consolidou a carreira em filmes de ação, sendo um expoente da nova geração das mulheres porradeiras do audiovisual. De coadjuvante da franquia Velozes e Furiosos, logo foi escolhida para viver a Mulher-Maravilha nos cinemas e agora protagoniza a sua própria aventura — e possível primeiro capítulo de uma franquia —, como uma espiã de elite em Agente Stone, que chega ao catálogo da Netflix nesta sexta-feira (11).
Na trama, Gal vive Rachel Stone, que faz parte de uma organização secreta que trabalha para a manutenção da paz no mundo, infiltrando-se em agências de renome, com a MI6 (do Reino Unido), para garantir que as operações sejam concluídas com sucesso. Porém, quando um grupo rouba uma poderosa arma que pode comprometer a integridade do mundo inteiro, ela precisa correr contra o tempo para salvar a todos.
A premissa não é exatamente uma novidade, mas em questão de concepção de universo, Agente Stone consegue ter alguns bons momentos de criatividade. Entretanto, o grande atrativo da produção é ver como Gal Gadot lida com o protagonismo de uma história original, necessitando desenvolver uma personalidade e ainda sair na mão com os inimigos de maneira convincente, função que era destinada, alguns anos atrás, a brucutus como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone.
Durante o Tudum, evento promovido pela Netflix em junho, em São Paulo, GZH participou de uma mesa redonda com Gal, que estava acompanhada dos coprotagonistas de Agente Stone, Alia Bhatt e Jamie Dornan. Na ocasião, ela respondeu à questão da reportagem sobre como foi assumir a posição de heroína de ação e como isso pode inspirar meninas ao redor do mundo.
— Eu tenho três filhas e acho que é muito importante que elas se vejam representadas na telona e na TV, com personagens que são tão poderosos, independentes e inteligentes. Obviamente, sou menos musculosa que o Schwarzenegger ou o Stallone (risos), mas nós, mulheres, fazemos isso de um jeito diferente. E eu amo isso. Acho que é muito, muito importante — destacou a atriz, que logo enfatizou que Agente Stone foi um dos projetos mais ambiciosos dos quais participou e, como produtora, foi a obra a que mais agregou.
Na comparação com Mulher-Maravilha, sua personagem mais famosa, Gal explicou que as duas são diferentes por estarem em universos completamente opostos — enquanto uma é uma semideusa imortal e extremamente popular, a outra é uma agente secreta, mas que tem as limitações de uma pessoa real. Para reforçar isso na tela, a atriz contou que ela e a produção do filme se certificaram de que todas as cenas de Rachel seriam cientificamente possíveis de serem realizadas por um ser humano.
— Neste filme, eu li todas as versões diferentes, de cada rascunho que tivemos. E eu soube desde o início que o que eu queria não era só mostrar uma pessoa forte, que sabe de tudo, que consegue resolver seu caminho, mas alguém com imperfeições. Eu não ligo muito para pessoas que são fortes, que sabem o que estão fazendo. Eu acho mais fascinante quando a pessoa não tem certeza, quando os personagens perdem a confiança— explicou Gal, ressaltado o lado humano da obra.
Internacional
O elenco de Agente Stone é um reflexo da globalização promovida pela Netflix, que vem entregando conteúdos de diversas nacionalidades para o mundo inteiro — no Brasil, por exemplo, produções sul-coreanas são fenômenos de audiência, algo que não ocorria poucos anos atrás, pela dificuldade de acessar este tipo de conteúdo. Entre os principais nomes da aventura estão a indiana Alia Bhatt, os britânicos Jamie Dorman e Sophie Okonedo, o alemão Matthias Schweighöfer, a chinesa Jing Lusi e a israelense Gal Gadot, que é o coração da trama.
— Acho que o que mais me atraiu para este filme foi o fato de que de você está vendo uma mulher liderar todas as situações de ação e ela faz isso com sua força, sua mente, ela faz isso com a combinação disso tudo junto — refletiu Alia, conhecida pelo sucesso RRR (2022), que faz a sua estreia em um filme de língua inglesa.
Jamie Dornan enalteceu que o projeto foi uma oportunidade de explorar novos mundos e ressaltou a ambição do título, que ao mesmo tempo que tem uma grande escala de ação, ainda se mantém pé no chão. Sobre os colegas de diversas partes do mundo, o ator lembrou que a pandemia serviu para unir as pessoas, encurtando as distâncias:
— Eu acho que foi muito esperta e interessante a forma como o elenco foi escolhido e isso mostra a escala da Netflix, o alcance que ela tem. Acho que algo assim deve ser feito com atores internacionais porque, se eu penso neste filme, no conceito e o quão global a situação dele é, se fossem só pessoas americanas, eu não ficaria tão interessado, para ser honesto.
Agente Stone tem direção de Tom Harper e roteiro de Greg Rucka e Allison Schroeder.