Depois do enorme sucesso de Resgate, lançado em 2020, era natural que uma sequência fosse anunciada pela Netflix. Ela chega nesta sexta-feira (16) na plataforma de streaming, mostrando que Tyler Rake (Chris Hemsworth) está no panteão dos heróis de ação que são imortais — e que bom, visto que é um ótimo personagem para o objetivo a que se propõe: dar porrada com extrema eficiência.
Protagonista da franquia, Hemsworth desembarcou nesta semana no Brasil, mais precisamente em São Paulo, pela primeira vez, para divulgar o novo filme, dentro do evento Tudum, promovido pela Netflix. Em sua passagem pelo país, ele falou sobre o papel mais recente, os bastidores do longa-metragem e também sobre a sua origem australiana.
Inclusive, o ator divertiu-se ao descobrir que, por aqui, a sua nação é vista como uma terra de "animais assustadores", como aranhas gigantes, e explicou que mesmo com todas as criaturas com as quais a internet tanto se assusta, ele foi mais influenciado a se tornar um herói de ação por outros motivos:
— Temos tubarões e crocodilos lutadores (risos). Mas, culturalmente, na Austrália, temos essa energia imersiva ao ar livre. Você sabe, temos um ego e você não quer recuar em nenhuma situação. Às vezes, isso te coloca em problemas e, às vezes, isso cria experiências empolgantes. Também acho que, culturalmente, tem um tipo de ética de trabalho e atitude que faz a gente se esforçar e se testar, que me influenciou mais do que os animais assustadores (risos).
De fato, a dedicação de Hemsworth é nítida com Tyler Rake. O artista, que já afirmou ter se machucado no set de Resgate 2, protagonizou praticamente todas as suas cenas de ação — ele revelou que não precisou da ajuda de dublês em 95% do filme. Uma marca impressionante, visto que a produção conta com um longo plano-sequência de 21 minutos, que levou um mês para ser gravado e teve nada menos do que 400 figurantes.
Durante esta grande tomada, o ator enfrentou um grande número de inimigos, inclusive enquanto literalmente pegava fogo em cena. Hemsworth acredita que encarar esses desafios faz com que a audiência valorize ainda mais o produto que está consumindo, pois é o artista que está ali, não apenas efeitos especiais.
O diretor do filme, Sam Hargrave, que também veio ao Brasil para participar do evento, rasgou elogios à performance de Hesmworth e à coragem do astro por fazer as sequências de ação:
— Deixa o meu trabalho muito mais fácil quando você não precisa tentar esconder dublês toda hora. Você consegue gravar ele de rosto, em cima do trem, ou em uma longa e complicada coreografia, porque ele está comprometido com o processo de ensaios. E, muitas vezes, as pessoas estão muito ocupadas, ou não querem se incomodar com isso, mas ele adora o desafio físico.
Hemsworth contou que o seu maior desafio dentro do projeto foi ficar em cima de um trem em movimento, a 80 km/h, com um helicóptero voando a seis metros dele:
— Acho que estava no roteiro, mas não prestei muita atenção. Então, no dia, eu estava tipo: "Ah, merd*, isso está realmente acontecendo?". Mas a adrenalina que se vê no meu rosto, o ânimo, o medo, tudo aquilo é real, não tive de atuar nesta parte, o que é legal. Sabe, se filmássemos essa cena na Califórnia ensolarada, tela verde, suor falso e tudo mais, não teria a mesma sensação.
Mais profundo
Na nova aventura de Tyler Rake, além de as sequências de ação estarem mais elaboradas e o desafio de filmar as tomadas nitidamente estar mais complexo, visto que a câmera de Hargrave faz tantas acrobacias quanto o protagonista do filme, o lado emocional do personagem principal também ganhou destaque.
Na trama, o passado do mercenário é mais explorado e as suas fraquezas e dores vêm à tona, exigindo mais da atuação de Hemsworth, mesmo que o seu personagem tenha barreiras e que resolva quase tudo na porrada. Ao contar os erros que Rake cometeu anos atrás, é possível entender o que o motiva e o porquê de ele se colocar em risco constantemente:
— O Tyler cometeu um erro bem claro, que ele carrega consigo agora. O dano emocional também é o que continua o levando adiante, em novas situações. É a tentativa de redenção. Ele será capaz de fazer algo que faça as pessoas o perdoarem? Mas, mais importante, ele consegue perdoar a si mesmo através deste processo? — questiona o protagonista do filme.
Hemsworth, por sinal, ainda acredita que seria interessante que o próximo filme da franquia — caso seja realizado —, além de explorar ainda mais Tyler Rake, consiga dar para a audiência algo esteticamente diferente, como foi feito em ambos os filmes:
— Tivemos o primeiro filme na Índia e na Tailândia e, agora, este se passa na República Checa, em Praga, em Viena (Áustria). É o completo oposto, visualmente falando. E acho que isso é revigorante. Poderia ser no Brasil, poderia ser em qualquer lugar. Poderia ser na Austrália (risos), mas estou sempre tentando empurrar a Austrália.