Instituída em 1990, quando o homenageado foi Grande Otelo, a mais tradicional honraria do Festival de Cinema de Gramado foi entregue na noite deste sábado (13) para Marcos Palmeira. Ao receber o troféu Oscarito, o ator que interpreta o José Leôncio da nova versão da novela Pantanal lembrou que sua trajetória está ligada ao evento na Serra, que em 2022 comemora sua 50ª edição. Foi em Gramado que ele conquistou seus primeiros prêmios, o de ator coadjuvante por Dedé Mamata (1988) e o de melhor ator por Barrela: Escola de Crimes (1990).
— Estou emocionado por ser homenageado na 50ª edição de Gramado. São 50 anos lutando todos os tipos de luta, ininterruptamente — disse, no palco do Palácio dos Festivais, Palmeira, que comemora 59 anos no dia 19. — É um festival que nos engrandece, e que faz essa união importante do turismo com a cultura.
O Oscarito para Marcos Palmeira é a segunda distinção, nesta edição do festival, a um integrante do elenco de Anahy de las Misiones (1997) — título multipremiado não em Gramado, mas em Brasília. Na sexta-feira (12), Araci Esteves, protagonista do épico ambientado na época da Revolução Farroupilha, recebeu o troféu Cidade de Gramado. Por coincidência ou não, além de o filme estar completando 25 anos, a atriz Dira Paes passou a integrar o time de curadores, e a segunda-feira (15) será dia de lembrar os 10 anos da morte do diretor Sérgio Silva.
No discurso de agradecimento, Palmeira recordou que, na infância e na adolescência, não queria ser ator, apesar de fazer parte de uma família de artistas, como o pai, o diretor Zelito Viana, e o tio, Chico Anysio. Seu desejo inicial era ser indigenista, trabalhar com comunidades indígenas isoladas, como a que conheceu na região de Altamira, no Pará.
— Mas hoje vejo que fiz a escolha certa. E tenho orgulho de poder olhar para trás e ver que virei um ator popular, orgulho de poder levar entretenimento às pessoas.