O Brasil marca presença na festa do Oscar desde os anos 1940, nem sempre como convidado principal, como ocorre agora com o documentário Democracia em Vertigem, de Petra Costa. O sistema de coprodução internacional e a crescente presença de profissionais brasileiros em Hollywood ao longo dos anos embaralham a definição do que faz um filme ter DNA brasileiro ou não.
É o caso, por exemplo, do documentário Lixo Extraordinário, que, em 2011, competiu pela Grã-Bretanha, embora tivesse como personagem o artista visual brasileiro Vik Miniz e cenário no Rio de Janeiro, onde o brasileiro João Jardim teve um reconhecido protagonismo na direção ao lado dos britânicos Lucy Walker e Angus Aynsley. Foi assim também com O Sal da Terra, documentário sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado assinado pelo cineasta alemão Wim Wenders, indicado em 2015.
De Ary Barroso, que concorreu em 1945 com melhor canção no filme americano Brazil, a Carlos Saldanha, diretor de O Touro Ferdinando, na briga pela estatueta da melhor longa de animação em 2018 (terceira indicação dele), o Brasil tem comparecido à festa também nos bastidores, com o produtor Rodrigo Teixeira, que está por trás de filmes como Me Chame Pelo Seu Nome, indicado em quatro categorias em 2018 – levou a de melhor roteiro adaptado – a agora com O Farol, na disputa de melhor fotografia.
Embora sem levar o crédito principal, o Brasil celebrou como se fossem seus os Oscar de filme estrangeiro conquistado por Orfeu Negro, em 1960, representante da França, rodado no Rio de Janeiro e estrelado pelo gaúcho Breno Mello, e a estatueta de melhor ator para William Hurt, em 1986, com O Beijo da Mulher-Aranha, de Hector Babenco. E ainda cantarolou com o uruguaio Jorge Drexler, em 2005, a canção vitoriosa de Diários de Motocicleta, de Walter Salles.
Indicações do Brasil no Oscar
- 1963 – O Pagador de Promessas, de Ancelmo Duarte – Melhor filme estrangeiro
- 1996 – O Quatrilho, de Fábio Barreto – Melhor filme estrangeiro
- 1998 – O Que é Isso, Companheiro?, de Fábio Barreto – Melhor filme estrangeiro
- 1999 – Central do Brasil, de Walter Salles – Melhor filme estrangeiro e melhor atriz (Fernanda Montenegro)
- 2001 – Uma História de Futebol, de Paulo Machline – Melhor curta-metragem em live-action
- 2004 – Cidade de Deus, de Fernando Meirelles – Melhor direção, roteiro adaptado, montagem e fotografia
- 2016 – Menino e o Mundo, de Alê Abreu – Melhor longa de animação
- 2020 – Democracia em Vertigem, de Petra Costa, melhor documentário