Responsável pela realização de Dilúvio, que tem como objetivo apresentar a trajetória do arroio de Porto Alegre, a Okna Produções completou 13 anos em setembro. Soma seis longas-metragens, 22 médias e 20 curtas, além de quatro séries de televisão. Entre seus projetos, estão filmes como A Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira; As Ineses, de Pablo José Meza; Ponto Zero, de José Pedro Goulart; e o documentário Walachai, de Rejane Zilles. Também atua como distribuidora e realiza a mostra Semente – Mostra Infantil de Cinema e Sustentabilidade, que está em sua terceira edição.
Fundada por Aletéia Selonk, a empresa tem uma peculiaridade representativa no mercado audiovisual: com cinco produtoras fixas, tem uma equipe formada 100% por mulheres.
— Aconteceu organicamente, o que muito nos honra. E é pertinente nos dias atuais. Apesar de saber há 13 anos o que significa para uma mulher produtora se posicionar no mercado, isso não era necessariamente um pré-requisito. “Ah, só mulheres produtoras que vão trabalhar aqui”. Mas foi a melhor escolha em rendimentos, em afinidades, em visões de futuro e espaço de trabalho — explica Aleteia.
Natural de Londrina (PR), mas vivendo em Porto Alegre desde 1997, a empresária também é professora do curso de produção audiovisual da PUCRS e coordena o Tecna – Centro Tecnológico Audiovisual do Rio Grande do Sul. A ideia de fundar a Okna surgiu quando estava terminando seu doutorado sanduíche na Sorbonne, em Paris. Enquanto morava na França, ela foi frequentando festivais de cinema que a fizeram amadurecer a ideia de montar sua produtora.
— Essas vivências me trouxeram uma forma de pensar produtos audiovisuais e uma outra forma de me ver como produtora. Esse período na Europa fez com que algumas fichas caíssem na minha cabeça para pensar em uma empresa que teria só produtores, que não se estabelecesse a partir de roteiristas ou diretores. O mote de criação da Okna era uma empresa só de produção, que pudesse apoiar projetos novos, fossem originais, criados pela gente ou vindos até mesmo de outras empresas — relata Aleteia.
Coproduções
Com sede no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, a Okna tem como objetivo a produção de conteúdos audiovisuais, exceto publicidade. Segundo Aletéia, a empresa lida com vários projetos ao mesmo tempo, em estágios diferentes e equipes variadas.
— Essa produção que cuida da ideia até a exploração de um produto audiovisual é o que mais nos interessa fazer, baseado numa produção criativa que escolhe projetos de acordo com conteúdos que nos interessam ou que achamos relevantes para o mercado — destaca a empresária.
Outra característica da Okna é o olhar voltado à coprodução com outros países, como Argentina (As Ineses) e Uruguai (A Mulher do Pai e o vindouro Vidrios Rotos, que começa a ser rodado em novembro). Aleteia ressalta que os filmes que realiza, desde o começo, são pensados para chegar ao mercado internacional. O mesmo deve se estender às produções televisivas.
— Se fosse te falar de uma tendência de futuro, por que não pensar em projetos de televisão que mirem o mercado internacional como posicionamento. Colocar na televisão as coproduções internacionais que a gente já vivencia no cinema — diz Aletéia.
Além da coprodução com o Uruguai e do média-metragem Dilúvio, entre os próximos passos da Okna está a finalização de duas séries para canais pagos: Sementes do Amanhã, que estreia em outubro no Canal Futura, e Sagrados e Profanos, prevista para chegar ao Fashion TV até o final do ano. Também está em fase de finalização o segundo longa de Cristiana Oliveira, A Primeira Morte de Joana. Outra parceria da empresa com o diretor de Dilúvio, Gustavo Spolidoro, é o filme infantojuvenil Uma Carta Para Papai Noel, que tem previsão de lançamento para novembro deste ano.