O primeiro final de semana de exibição do "live-action" de O Rei Leão (2019) em Porto Alegre foi marcado por nostalgia e emoção. No saguão do GNC Praia de Belas, pais e filhos se destacavam entre o público que escolheu a tarde deste sábado (20) para assistir à adaptação da clássica animação da Disney, de 1994, que ganhou tom realista nas mãos do diretor Jon Favreau. Assim que as portas de saída da sala de cinema foram abertas, a maior parte dos espectadores parecia satisfeita com a obra, comentando cenas do filme com empolgação.
O servidor público Alexandre Muzzi, 52 anos, levou o filho Lucas, de oito anos, para assistir ao longa na sessão que começou às 16h20min. Muzzi disse que é emocionante rever o clássico repaginado, assim como outras animações da Disney que passaram por uma reciclagem nos últimos anos, citando como exemplo a franquia Toy Story, que está com o quarto filme em cartaz. O servidor público cita o marco que as duas versões de O Rei Leão deixam na relação com seus filhos:
— Eu já tinha visto a versão original. Tenho um filho de 18 anos e vi com ele tempos atrás. A emoção é muito grande de ver novamente agora nessa nova versão.
De mãos dadas com o pai e tentando driblar a timidez, o pequeno Lucas diz que também já viu o clássico e declarou ter acompanhado a série animada derivada do longa original. Ao contrário do pai, que cita o filme de 1994 como o mais impactante, Lucas prefere a adaptação. Ao explicar os motivos, o menino é sucinto e, em meio a um riso encabulado, demonstra a sinceridade tradicional de crianças dessa faixa etária:
— Não sei. É porque eu gostei — resume.
Presente na mesma sessão, o estoquista Taylor Neves, 25 anos, e a esposa Bruna Guimarães, 27 anos, saíam da sala de mãos dadas com os filhos Kaique, quatro anos, e Arthur, sete anos. Bruna relatou que ficou arrepiada em diversos momentos do filme ao reviver momentos do clássico recriados por meio de computação gráfica, simulando a “vida real”.
— O filme é mais para os pais do que para os filhos. Me senti criança novamente.
Ao contrário dos pais, os dois meninos não conferiram a animação de 1994. Apenas acenando com a cabeça, escondido entre os braços da mãe, Arthur sinaliza que gostou do filme. Risonho, Kaique concorda com o irmão, diz que gostou da animada e engraçada dupla Timão e Pumba, mas confessa um dos sentimentos adversos provocados pelo “live action”:
— Eu tava com medo dos “leão” — soltou o pequeno com toda a espontaneidade.
Mãe e filha revivendo emoções
Fãs da animação original, a artista plástica Patricia Coronel, 44 anos, e a filha Pietra Coronel, 16 anos, também aproveitaram a tarde de sábado para conferir a versão repaginada do clássico da Disney. Ambas unificam o discurso ao tecer elogios ao novo filme, que, segundo elas, repete os acertos da obra original:
— Foi sensacional. É indescritível a realidade com a qual eles conseguiram transmitir não só a história, mas também o sentimento do filme original. Choramos. Foi emocionante — pontuou Patricia.
Concordando com a mãe, Pietra afirma que assistiu à animação pela primeira vez quando era criança e que o filme marcou sua infância. Ela destacou a apreensão de rever cenas icônicas e tensas nesse novo formato:
— Tu sente uma alegria em ver aquilo, porque é algo que traz a tua infância de volta. Tu ver aquilo acontecendo de novo.... Tu chora de novo. Traz todas aquelas emoções de volta — descreve a jovem.
Empolgada, Patricia relata que já tem compromisso marcado para a próxima segunda-feira (22): assistir ao longa novamente. Na ocasião, ela irá acompanhar a outra filha, de 19 anos, na sessão.
Com a esposa e a filha, de 15 anos, na fila para a sessão das 19h10min, o servidor público Diego Lemos, 34 anos, diz que o filme de 1994 marcou sua infância e não escondeu a expectativa para ver a história repaginada.
— Nós olhamos alguns trailers e gostamos. Então, estamos com a expectativa bem alta, com muita vontade de ver o filme, porque temos certeza de que vai ser muito bom.
Ao contrário da sessão que exibiu o filme dublado, o público da apresentação legendada, exibida na sequência, por volta das 19h, era mais velho, mesclando adultos e adolescentes, com poucas crianças presentes.