Correção: a canção que venceu Oscar e Grammy em 1995 é Can You Feel the Love Tonight, e não Never Too Late, como publicado entre 11h35min de 17 de julho e 8h38min de 18 de julho. O texto já foi corrigido.
Será difícil encontrar alguém das gerações de 1990 e 2000 que não reconheça os acordes de Hakuna Matata ao final do trailer de O Rei Leão (2019), o remake do clássico de 1994 que chega aos cinemas com um visual muito mais realista dos animais da selva do que a versão original apresentava. Ainda assim, o longa promete mexer com a nostalgia de boa parte da audiência graças às similaridades entre as produções.
Com direção Jon Favreau, que em 2016 realizou algo semelhante com Mogli: O Menino Lobo, a animação entra em cartaz nesta quinta-feira (18). Para quem quiser entrar no clima da produção, GaúchaZH selecionou algumas curiosidades que fã nenhum pode perder:
1. Uma dublagem de respeito
O filme aposta em grandes vozes na dublagem dos personagens. Na versão norte-americana, por exemplo, Simba é interpretado por Donald Glover — também conhecido como Childish Gambino —, enquanto Nala é ninguém menos que Beyoncé. A cantora se envolveu tanto no projeto que produziu um álbum inteiro inspirado na obra.
Outra curiosidade: os atores que emprestaram suas vozes aos personagens, e que geralmente falam sozinhos em cabines, gravaram juntos no palco, o que lhes permitiu improvisar e dar um tom mais verdadeiro aos diálogos. Assim foi recriada a célebre cena em que Simba aprende a filosofia de "Hakuna Matata". Seth Rogen, a voz do javali Pumba, achou "incrível" que lhe pediram para improvisar "no que é provavelmente o filme mais incrível, tecnologicamente falando".
Já no Brasil, a responsabilidade de dublar o casal principal ficou a cargo de IZA e Ícaro Silva.
2. Entre nostalgia e surpresas
As similaridades entre a versão de 1994 e 2019 ficaram claras desde o primeiro teaser de O Rei Leão, que trouxe recriações exatas de cenas clássicas da sequência. Uma delas mostra Timão, Pumba e Simba juntos na selva; outra, o jovem leão sendo apresentado a toda a fauna local. O projeto de Favreau, contudo, adiciona particularidades em momentos fundamentais da clássica história, como o desenrolar da morte de Mufasa e a divertida dança de Timão, além de desenvolver trechos praticamente esquecidos.
Um exemplo é o papel de Rafiki, o macaco sábio da floresta. A nova versão explora mais o significado de ciclo sem fim da vida, com direito a uma visão do mago indicando que Simba está vivo. Na animação de 1994, a revelação era dada ao mago pelo vento, sugerindo uma visão mística e romântica de um sinal do salvador do reino.
No remake, é um pedaço da juba de Simba que entra em uma longa jornada até Rakifi: os fios de cabelo servem de material para o ninho das aves, passam pelo estômago de uma girafa ao se misturar com alimento, se transformam em dejeto carregado por insetos até chegar às formigas, que carregam as folhas contendo o pelo do futuro rei até onde está o sábio.
3. Mais do que um live-action
Diferentemente de outras adaptações da Disney, que trouxeram humanos para viver versões dos clássicos personagens animados — como foi feito em Cinderela e A Bela e a Fera —, a saga de Simba representou um desafio maior, já que todos os personagens são animais. O filme foi quase inteiramente gerado por computador, mas com tecnologias diferentes das usadas em animação 3D convencional.
Segundo Favreau, uma nova técnica foi usada no longa: foi filmado por uma equipe tradicional de técnicos, mas que trabalhou em um mundo virtual em três dimensões. O processo exigiu que os produtores e atores utilizassem capacetes de realidade virtual para "entrar" em uma savana artificial, como em um videogame, para filmar cenas ou apenas olhar versões brutas das aventuras de Simba e seus amigos.
Para trabalhar em um set de filmagens virtuais, não é necessário nenhum conhecimento específico sobre efeitos visuais. Desta forma, técnicos sem experiência nessa área puderam trabalhar e contribuir com seu conhecimento tradicional.
4. Trilha sonora para se sentir na selva
Segundo a Disney, o disco O Rei Leão: O Presente reunirá artistas globais cantando músicas com influências africanas. A primeira canção lançada foi Spirit, feita por Beyoncé especialmente para o filme, que aposta num rhythm and blues com um "mergulho nos sons da África", nas palavras da própria cantora. A faixa ganhou um clipe nesta terça-feira (16), confira:
Responsável pela trilha original da animação de 1994, o compositor alemão Hans Zimmer repaginou as canções para o novo longa. Uma delas é Can You Feel the Love Tonight, que deu a Elton John e a Tim Rice o Oscar e o Grammy de melhor trilha sonora naquele ano.
Um dos maiores produtores em atividade, Pharrel Williams produziu a empolgante Hakuna Matata, que virou uma espécie de mantra dos fãs do clássico para uma vida alegre e descomplicada. Nessa nova versão, a música tem as vozes de Billy Eichner, Seth Rogen, JD McCrary e Donald Glover.
5. Um velho conhecido do público
Jon Favreau, o diretor por trás de toda a empreitada de O Rei Leão, é um velho conhecido do público: ele interpreta Happy, o motorista de Tony Stark, no Universo Cinematográfico da Marvel. Visto ultimamente nos filmes Homem-Aranha e Vingadores: Ultimato, ele também dirigiu o primeiro Homem de Ferro, em 2008, que deu o pontapé inicial a todo o sucesso do universo dos super-heróis nos cinemas.
Muito envolvido com as grandes produções da Disney, Favreau também está às voltas com um spin-off de Star Wars, a série The Mandalorian. Criada, roteirizada e dirigida por ele, a história se passa depois O Retorno de Jedi (1983), em que a galáxia se encontra em um caos total. A previsão é que estreie em novembro deste ano no streaming.