Após a exibição do hors-concours O Grande Circo Místico, foi dada a largada na mostra competitiva de longas brasileiro do 46º Festival de Cinema de Gramado. Com direção de André Ristum (O Outro Lado do Paraíso, 2014), A Voz do Silêncio abriu a disputa pelos Kikitos no Palácio dos Festivais, na noite da sexta-feira (17).
A Voz do Silêncio é um filme-coral urbano acompanhando as trajetórias de sete personagens marcados pela solidão. Marieta Severo interpreta Maria Cláudia, uma mãe em relação tumultuada com os dois filhos, Alex (Arlindo Lopes) e Raquel (Stephanie de Jongh).
— É um personagem bem complicado. Eu tive que me dedicar bastante, pois tive que entrar no mundo da esquizofrenia. É um mundo muito doloroso, muito difícil de se entrar. Então me deu chance de ver muita coisa que me desse os parâmetros de como se comporta uma pessoa assim — disse Marieta sobre Maria, personagem que interpreta no longa.
Curiosamente, o filme, uma coprodução entre Brasil e Argentina, estreou antes no país vizinho, onde vem sendo exibido desde junho, angariando reconhecimento crítico e aprovação pública.
Nove filmes participarão da mostra competitiva de longas, brasileiro, enquanto cinco produções competirão na categoria latina. O Festival de Cinema de Gramado será realizado até o próximo sábado (25), quando a premiação será entregue.
Discurso político na exibição
Durante a apresentação do primeiro longa-metragem em competição, A Voz do Silêncio, o produtor Rodrigo Castellar protagonizou o primeiro momento político do festival. Após a fala do diretor André Ristum, Rodrigo foi até o microfone e declarou apoio à liberação do ex- presidente Lula, provocando vaias e aplausos acalorados:
— Não falo pela equipe do filme, só por mim — fez questão de frisar.
Com os aplausos da equipe e de parte da audiência, ele arrematou:
— Bom, parece que não falo só por mim.