Ainda mais debochado e divertido, estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas Deadpool 2. Combinando ação com humor negro, a adaptação cinematográfica dos quadrinhos da Marvel traz Ryan Reynolds de volta ao papel de Wade Wilson, identidade de Deadpool, o anti-herói com poderes regenerativos. Desta vez, Reynolds também assina o roteiro ao lado de Rhett Reese e Paul Wernick, dupla que escreveu o longa de 2016. Na direção houve uma troca: David Leitch (Atômica, de 2017) assumiu o lugar de Tim Miller.
No começo desta sequência, Wade se junta aos X-Men após passar por experiências traumáticas. Em sua primeira missão com Negasonic Teenage Warhead (Brianna Hildebrand) e Colossus (Stefan Kapicic), ele depara com Russell (Julian Dennison), um adolescente de 14 anos com poderes incendiários, que está revoltado com os abusos que sofre no orfanato de mutantes em que vive.
Deadpool se solidariza com o jovem e, ao defendê-lo, acaba junto com o garoto em uma prisão para mutantes. O local é invadido por Cable (Josh Brolin), que veio de um futuro apocalíptico no qual Russell matou sua família.
Procurando se redimir de seus erros, Deadpool decide proteger o jovem– e tentar reverter as tendências sombrias do garoto. Após escapar da prisão sem Russell, Wade reúne um time de mercenários com habilidades especiais que ele intitula como X-Force, entre os quais está Dominó (em ótima performance de Zazie Beetz), cuja principal habilidade é ter sorte, Zeitgeist (Bill Skarsgård, que viveu recentemente o palhaço vilão de It – A Coisa), Bedlam (Terry Crews) e Peter (Rob Delaney), o único homem comum da trupe. Há também no grupo um mutante invisível chamado Vanisher – trata-se da aparição de um ator hollywoodiano de grande prestígio, cuja revelação do nome estragaria a surpresa. O longa ainda conta com a brasileira Morena Baccarin, que volta a interpretar Vanessa, namorada de Wade.
Assim como o primeiro filme, a sequência alterna lutas mirabolantes e sanguinolentas com diálogos que podem ir do pastelão ao grotesco, sem nenhum filtro. Boa parte do humor de Deadpool 2 é baseado em referências à cultura pop e em metalinguagens. Outras produções cinematográficas com personagens da Marvel – como Logan e os filmes dos X-Men – e até a própria carreira de Ryan Reynolds são alvos de Deadpool. Porém, há momentos em que o filme calca demasiadamente suas sequências em piadas que acabam soando repetitivas e forçadas.
Apesar das brincadeiras, Deadpool 2 é mais sério do que o primeiro longa por proporcionar mais inquietações a Wade, construindo melhor o protagonista. Outra virtude da sequência são os novos personagens – Dominó, Cable e Russell –, que, com boas atuações de seus atores, trazem um frescor à trama. De qualquer maneira, evite sair correndo do cinema no final do filme: é seguro dizer que Deadpool 2 traz as cenas de pós-crédito mais hilariantes do universo cinematográfico da Marvel. Entretenimento garantido.
Deadpool 2
De David Leitch
Ação/comédia, EUA, 2018, 110 min, 16 anos.
Estreia nesta quinta-feira (17) no circuito.