Em meio a escândalos de assédio sexual em Hollywood e o movimento entre as atrizes pela luta por respeito, a 90ª cerimônia do Oscar, que ocorrerá neste domingo (4), virá com a quebra de uma tradição seguida há anos. Em vez de o prêmio de melhor atriz ser entregue pelo ator que venceu no ano anterior, duas mulheres — e não uma — irão entregar o reconhecimento à ganhadora de 2018.
As atrizes escolhidas pela Academia de Hollywood foram Jennifer Lawrence e Jodie Foster, que substituem Casey Affleck na cerimônia. O nome do ator foi posto em xeque no ano passado quando uma denúncia de assédio sexual surgiu contra ele. De acordo com Amanda White e Magdalena Gorka, produtora e diretora que trabalharam com Affleck no documentário I'm Still Here, o astro as constrangia declarando abertamente o desejo de fazer sexo com elas. Uma campanha passou a circular na internet pedindo que a escolha do ator que venceu o Oscar 2017 por Manchester À Beira-Mar fosse cancelada.
Com a polêmica contra ele e um cenário abalado pela conduta do produtor Harvey Weinstein e do ator Kevin Spacey, o próprio Affleck abriu mão de entregar o prêmio de melhor atriz — mesmo negando que tenha cometido qualquer ato impróprio contra as mulheres que o denunciaram. Em janeiro, seu agente declarou que ele não participaria da cerimônia, o que, extraoficialmente, foi considerado um alívio para a Academia de Hollywood.
Assim como a tradição manda que o melhor ator do ano anterior entregue o reconhecimento à atriz ganhadora da próxima edição, o mesmo deve ser feito na entrega do troféu para eles. De acordo com o que circula na imprensa americana, também haverá uma mudança nesse sentido. Emma Stone, que levou o Oscar em 2017 por La La La, cederá o lugar às veteranas Jane Fonda e Helen Mirren, mantendo, porém, a orientação de que a estatueta seja entregue por alguém do sexo feminino — e reforçando o momento das mulheres tanto nos bastidores quanto à frente das câmeras.