Marcelo Perrone
Pedra a pedra, prego a prego, Luiz Henrique Fitarelli reconstrói no interior de Garibaldi a memória da imigração italiana no Rio Grande do Sul, a partir de 1875, com a formação das primeiras colônias dos recém-chegados à serra gaúcha. No documentário Pra Ficar na História, em cartaz a partir de quinta-feira (8) em Porto Alegre, Fitarelli apresenta-se como um homem profundamente enraizado na saga e no legado de seus antepassados. Veterinário por formação, lida que o fez conhecer todos os cantos e rostos da região, Fitarelli, 59 anos, vive na terra que foi de seus avôs, agricultor e tanoeiro um, ferreiro o outro. Já na infância começou a colecionar objetos ancestrais. O hábito virou paixão e negócio – já soma mais de 8 mil peças em um galpão – e o lançou na última década em uma missão que muitos vizinhos observam como um devaneio excêntrico: erguer um vilarejo tal qual aqueles formados por ali no final do século 19, com seus casarões de madeira e porões de pedra, roça, bodega, igreja e outros elementos característicos daquele tempo.