Arrematado recentemente em um leilão em Nova York pelo valor recorde de US$ 450 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1, 4 bilhão, o quadro Salvador do Mundo, tela pintada por Leonardo Da Vinci retratando Jesus Cristo, será exibido no Louvre de Abu Dhabi, informou o museu no Twitter nesta quarta-feira (6).
A instituição, primeiro museu que representa o Louvre fora da França, tem cerca de 600 obras e é considerada "o primeiro museu universal no mundo árabe". "O Salvator Mundi de Da Vinci vem para #LouvreAbuDhabi", indicou o museu, sem detalhar o nome do proprietário.
"Felicidades", comemorou no Twitter a casa de leilões Christie's, que organizou no mês passado o leilão do quadro.
Salvador do Mundo, vendido quase 20 minutos depois do início dos lances, tem agora o recorde de quadro mais caro do mundo, que desde 2015 era de Mulheres de Argel, de Pablo Picasso. Desde o leilão na Christie's, a identidade do comprador permanece um mistério.
O semanário francês Le Journal assinalou que se tratam de duas empresas de investimento que o compraram como parte de um acordo financeiro com vários grandes museus. Após a compra, a obra deveria ser revendida ou alugada para museus da Ásia ou do Oriente Médio, segundo o periódico.
A Christie's negou fornecer qualquer dado que permita conhecer a identidade do proprietário.
Esta pintura era a única de Leonardo Da Vinci (1452-1519) que continuava nas mãos de um colecionador particular, já que todas as outras estão expostas em museus.
A história desta obra de 65 cm por 45 cm, pintada há cerca de 500 anos, é digna de uma novela. Alguns especialistas assinalam que pode ter sido encomendada pela corte da França e que pertenceu a monarcas ingleses. Em 1958 foi vendida por 45 libras na Sotheby's, mas não foi autenticada como um "Leonardo" até 2005.
A Christie's afirma que é um dos 20 quadros que Da Vinci pintou. Até o leilão, o quadro pertenceu ao bilionário russo Dimitri Rybolovlev, oligarca exilado que preside o time de futebol francês AS Monaco. Ele o comprou por 127,5 milhões de dólares do comerciante suíço de arte Yves Bouvier, que o adquiriu por 80 milhões de dólares. Mas os dois estão envolvidos em uma batalha judicial: o empresário russo acusa o comerciante de ter ficado com margens exorbitantes de lucro sobre as obras que vendia.
O Louvre de Abu Dhabi já tem em suas paredes outro Da Vinci, La Belle Ferronière, emprestado pelo Louvre de Paris.