A 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, que será realizada entre 5 de abril e 4 de junho de 2018, terá o crítico de arte alemão Alfons Hug como curador e "O Triângulo do Atlântico" como tema. As novidades foram anunciadas na manhã desta quinta-feira, em entrevista coletiva comandada pelo novo presidente da Fundação Bienal do Mercosul, o médico Gilberto Schwartsmann.
– Estou acostumado a desafios, a buscar recursos onde houver – afirmou Schwartsmann, em tom otimista.
Hug atualmente dirige o Instituto Goethe em Lagos, na Nigéria. Uma de suas ideias para a mostra em Porto Alegre é trazer obras africanas contemporâneas. O curador nasceu em Hochdorf, na Alemanha, e estudou Linguística, Literatura Comparada e Cultura em Freiburg, Berlim, Dublin e Moscou. Atuou nas Bienais de Veneza, São Paulo, Montevidéu e Dakar, além da Bienal do Fim do Mundo, na Argentina, e da Bienal do Mercosul (foi cocurador da quinta edição, em 2003).
Foi Hug quem trouxe a ideia d'O Triângulo do Atlântico, que remete a Europa, África e América. Dentro dessa proposta, o Instituto Goethe deverá garantir patrocínio para que artistas percorram o caminho histórico dos entrepostos de venda e negociação de escravos nos três continentes.
A 11ª edição deveria ocorrer em 2017, mas dificuldades financeiras empurraram o evento para o ano seguinte. Segundo o presidente da Bienal, o orçamento-base será de R$ 3 milhões, menos da metade do dinheiro gasto na décima edição, R$ 7,7 milhões, que por sua vez já era inferior à verba da nona edição (R$ 12,4 milhões).
– Acho que agora equilibramos nossas dificuldades. E podemos trabalhar com outras moedas que não o dinheiro – disse Schwartsmann.
– Houve um momento difícil, em que a 10ª Bienal quase não aconteceu. Isso se repetiu agora, antes da 11ª, e o Dr. Gilberto Schwartsmann nos ajudou muito – declarou o presidente do Conselho de Administração da fundação, Renato Malcon.
A Fundação Bienal assegura que uma parte importante do evento, o programa educacional, será mantido, envolvendo parcerias com universidades e instituições culturais. Uma ferramenta que proporcione uma visita virtual à exposição e uma programação musical e literária que tenha a ver com o tema da megamostra também estão nos planos.
– Em tempos de crise, não podemos abrir mão do que há de social na cultura – afirmou o secretário estadual da Cultura, Victor Hugo Alves da Silva, reforçando a expectativa de que o Estado não falte com o apoio financeiro à Bienal.
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