O esqueleto de uma preguiça-gigante (Lestodon armatus) é a nova atração do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). O lestodonte foi um mamífero, extinto no final do período pleistoceno.
Ele faz parte da chamada megafauna ou animais da "Era do Gelo", caracterizados pelo grande tamanho e o corpo adaptado a baixas temperaturas. Atingia cerca de 4,5 metros de altura e três toneladas, era herbívoro e os machos possuíam presas desenvolvidas, que eram utilizadas na defesa, em disputas territoriais ou sexuais. Suas garras (unhas) eram bastante desenvolvidas, atingindo mais de 40 centímetros de comprimento.
Esta espécie desapareceu em uma devastadora extinção em massa, que se deu no final do pleistoceno e início do holoceno. A causa mais provável é apontada como a elevação brusca na temperatura média do planeta, que encerrou a última glaciação.
Primeiro registro
A equipe do Museu Oceanográfico Univali encontrou, em Santa Catarina, diversos fósseis originais de várias espécies de mamíferos da "Era do Gelo", dentre eles, ao menos dois de lestodonte, tratando-se do primeiro registro desta espécie no Estado. Os fósseis foram encontrados em redes de arrasto de camarão na plataforma continental, na costa, entre Passo de Torres e Araranguá. Eles são de uma formação geológica denominada laguna-barreira, datados de cerca de 30 mil anos atrás.
Os fósseis destes animais são mais facilmente encontrados na costa, visto que naquele período eram terras emersas, com campos frios semelhantes à tundra, onde mastodontes (semelhantes a elefantes), gliptodontes (tatus gigantes), macrauquênias (semelhantes a camelos), toxodontes (semelhantes a hipopótamos), esmilodontes (tigres-de-dente-de-sabre), entre outros, abundavam.
A exposição de esqueleto completo da preguiça-gigante (lestodonte) pode ser visitada no Museu Oceanográfico Univali, em Balneário Piçarras (553 km de Porto Alegre), de terça-feira a domingo, das 14h às 18h.
Colaborou João Francisco de Borba