Muitas pessoas dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem. Se isso é verdade, não é possível saber com exatidão. Mas, que os cães da Brigada Militar (BM) são os melhores amigos dos policiais, disso não há dúvida.
O primeiro canil da corporação foi criado em Porto Alegre no dia 14 de outubro de 1964, a partir do boletim geral de número 195, com a ideia de dar apoio ao trabalho dos policiais militares. A partir de 1980, o canil passou a pertencer ao setor de pelotão de cães da 3ª Companhia de Choque – atualmente denominado como Canil Central do 1º Batalhão de Polícia de Choque (1º BPChq), na Capital.
Segundo o tenente Elizandro Farias, do 1º BPChq , os cães de trabalho da polícia são ferramentas importantes no combate à criminalidade e na manutenção da ordem pública.
O Canil Central coordena os 11 canis setoriais que estão distribuídos pelo Estado, localizados, estrategicamente, nas principais cidades gaúchas, tais como Pelotas, Caxias do Sul e Santa Maria. Cada um desses canis pode ter até 10 cães em seu plantel, segundo a legislação interna. Esses animais são treinados por cinotécnicos (policiais preparados para o trabalho com os cães) locais, a partir de técnicas de adestramento repassadas pelo Canil Central.
Desde filhotes, os cães são socializados com a população (sempre sob o comando de um cinotécnico), a fim de aprender a distinguir possíveis odores e atitudes suspeitas. A duração desse treinamento é de, em média, dois anos, até o cachorro estar totalmente capacitado para auxiliar os policias. Além disso, os cachorros são levados a presídios, escolas e diferentes locais, para que percebam mudanças ambientais e se portem adequadamente independentemente do lugar em que estão. De acordo com Farias, o adestramento segue um padrão, mas também é analisada a personalidade do cão, “pois o animal não pode se tornar um robô”.
Os cachorros participam de operações que envolvem faro de entorpecentes e/ou explosivos, patrulhamento extensivo em áreas urbanas e/ou estádios de futebol, busca e captura de criminosos em áreas rurais e urbanas, ações em casas prisionais etc.
As principais raças dos cães pertencentes aos canis da Brigada Militar são o pastor-belga malinois, o pastor-alemão, o rottweiler e o labrador retriever. Eles trabalham, em média, nove anos. Após esse período, são colocados para adoção dentro da instituição, mas, na maioria das vezes, o animal acaba sendo adotado por seu próprio adestrador.
Nos registros da Brigada Militar, o primeiro cachorro a integrar operações foi o Satã, da raça pastor-alemão, que, inclusive, foi emprestado e enviado a Israel como integrante da Força de Paz da ONU, dentro do Batalhão Suez, em 1967. O policial de quatro patas voltou da missão coberto de glórias e com diversas condecorações por seus serviços prestados.
Colaboração de Giordana Cunha