As corridas em estradas abertas foram proibidas em todo o Rio Grande do Sul em 1964, após as autoridades perceberem um aumento nos acidentes envolvendo pilotos, assistentes e pedestres. Com a proibição, e sem ter um lugar preparado, os pilotos gaúchos, amadores ou profissionais, tiveram de procurar Estados vizinhos para poder aumentar o alcance do ponteiro nos números do velocímetro.
Porém a consciência de que seria necessária a construção de um circuito fechado para as competições surgiu antes da proibição ser decretada. Foi dentro do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul (ACRGS) que pilotos idealizaram um trajeto em que pudessem pilotar com segurança. Pensando nisso, em 1960, o então presidente do ACRGS, Roberto Jorge Ribeiro, comprou uma área de 50 hectares, no valor de 3,75 milhões de cruzeiros para que nela fosse construído o Autódromo Internacional de Tarumã, em Viamão.
O projeto foi desenvolvido pelos engenheiros Miguel Xavier da Costa, Edemar Lorenzini, Lúcio Regner, Jaime Gaspar dos Santos e Edmar Levy e pelo arquiteto Sergio Montserrat. O grupo trabalhou em cima do desenho inicial, que foi delimitado por feras da velocidade como José Asmuz, Pedro Carneiro Pereira e Catharino Andreatta. O custeio das obras teve participação do governo estadual e de empresas privadas.
O Autódromo Internacional de Tarumã, que conta com uma pista de mais de 3 mil metros e nove curvas, 30 boxes e cinco unidades de atendimento, foi inaugurado no dia 8 de novembro de 1970. Em alusão à abertura do local, o presidente da ACRGS na época, Antônio Pegoraro, idealizou seis corridas a serem disputadas naquele domingo ensolarado. O evento foi apreciado por cerca de 50 mil pessoas e gerou um lucro de 400 mil cruzeiros aos cofres da instituição.
As seis corridas foram separadas por categorias, sendo quatro para carros de passeio/turismo preparados para competição, uma para protótipos e outra para motocicletas. Na prova intitulada Presidente Antônio Pegoraro, em que eram permitidos carros de até 1.200 cilindradas (motor 1.2), o vencedor foi Décio Michel, com um Ford Corcel.
Na prova Cidade de Viamão, para carros de até 1.600 cilindradas (1.6), o vencedor foi Fernando Esbróglio, com um Fusca. Na prova Cidade de Porto Alegre, destinada a carros de até 3 mil cilindradas (3.0), o vencedor foi Milton Oliveira, com um FNM 2150. A prova Tarumã foi para carros com mais de 3 mil cilindradas, e o vencedor foi Pedro Victor de Lamare, com um Chevrolet Opala.
Na prova principal, intitulada Governador Walter Peracchi Barcellos, apenas para protótipos, o vencedor foi Jayme Silva, com o seu Fúria FNM. A prova de motocicletas foi vencida pelo uruguaio Carlos Cirintana, que pilotava uma Suzuki 500.
As equipes e a atual direção do autódromo de Tarumã não puderam comemorar o aniversário do circuito por conta da pandemia do coronavírus, mas um plano de cuidados sanitários será enviado à prefeitura de Viamão para tentar uma possível liberação de público no evento 12 Horas de Tarumã, que ocorrerá nos dias 19 e 20 de dezembro, para o qual está planejado uma pequena celebração alusiva aos 50 anos da pista. Caso a solicitação seja negada pela administração municipal, os fãs da velocidade poderão acompanhar a corrida pelo YouTube ou no Facebook.
Colaboração de Giordana Cesari Cunha