A Fundação Pão dos Pobres de Santo Antônio nasceu com a missão de atender viúvas e crianças órfãs de duas grandes guerras: a Revolução Farroupilha, de 1835 a 1845, e a Revolução Federalista, de 1893 a 1895. A instituição, surgida em agosto de 1895, foi inicialmente batizada como Pia União do Pão dos Pobres de Santo Antônio.
Seus princípios educacionais e sociais foram editados desde a sua fundação, buscando permanente atualização conforme as necessidades de cada época. Com isso, passou a atender crianças e jovens em situação de vulnerabilidade e de risco social, transformando suas vidas por meio de acolhimento, carinho e formação profissional.
Várias mudanças ocorreram ao longo do tempo, atualizando e expandindo o atendimento àqueles que mais precisam. Uma missão difícil, justamente por atender crianças, jovens e adolescentes mais vulneráveis, auxiliando-os em uma educação saudável integral — física, intelectual, ética, moral, social e religiosa.
Fundada pelo cônego José Marcelino de Souza Bittencourt, o Pão dos Pobres só passou a ocupar a área em que está instalada hoje, na Capital, em 1930. O prédio histórico foi construído em uma época de recessão. Sempre enfrentando crises e desafios, superando tudo com o apoio da sociedade. Antigamente, o local era arraial da Baronesa de Gravataí; as águas do Guaíba banhavam a sua fachada e o Arroio Dilúvio passava nos fundos da Fundação. Quando o arraial incendiou, em 1875, a área foi aterrada e o arroio, canalizado. No passado, o riacho desaguava no Guaíba após passar por baixo da Ponte de Pedra, no Largo dos Açorianos.
A obra que mudou o traçado do manancial, mais ou menos na altura da esquina das atuais Avenidas Ipiranga e Erico Verissimo, incluiu a construção das pistas da Avenida Ipiranga, sendo iniciada em 1940, durante a administração do prefeito Loureiro da Silva, e demorou mais de 20 anos para ser concluída. Entre 1925 e 1930, foi erguida a fundação, preservando-se o portal do velho arraial. O projeto foi do arquiteto teuto-brasileiro José Lutzenberger, que veio para o Rio Grande do Sul em 1920 e deixou importantes obras na Capital.
São diversas frentes de trabalho que o Pão dos Pobres desenvolve, tais como acolhimento institucional, educação integral e serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, além dos cursos de formação profissional. É referência em proteção, cuidado e profissionalização, contribuindo diretamente na construção de projetos de vida de crianças, adolescentes e jovens. Pelos cursos oferecidos pela instituição, já passaram milhares de jovens aprendizes, que hoje têm uma nova perspectiva de vida porque se qualificaram e puderam aproveitar as oportunidades que surgiram em seu caminho.