Ricardo Chaves
Quando uma pessoa faz algo com dedicada paixão, dificilmente o resultado não será bom. O advogado Marcelo Roberto Pellegrini Magalhães, um porto-alegrense nascido em 1974, acaba de lançar um livro que é a prova disso. Pesquisador e entusiasta da aviação comercial, ele trabalhou mais de oito anos junto a arquivos particulares, bibliotecas e coleções de jornais, garimpando folhetos de propaganda, fotografias, entrevistando tripulantes, tudo para contar a história da operação no Brasil de um único e importante tipo de aeronave: o Boeing 707. Esse modelo de avião que, segundo o autor, “ocupa inegavelmente um lugar de destaque na história da aviação, seja por ter sido a primeira aeronave a jato de passageiros para voos de longas distâncias a alcançar verdadeiro sucesso comercial, seja por sua longeva produção e, não menos ainda, por ter sido a célula mater a partir da qual uma família inteira de aeronaves de fuselagem estreita foi desenvolvida”. Com 1.010 exemplares produzidos entre 1957 e 1991 (incluindo-se 154 Boeing 720), o Boeing 707 vendeu mais do que o total combinado de seus pares ocidentais de mesma geração feitos pelas concorrentes.