Laura Fagundes Prestes, assinante e leitora de Zero Hora, ao ler sobre as letras de Brizola, matéria publicada no Almanaque Gaúcho em 17 de janeiro (obrigado Pedro Haase, interino dedicado e competente), pensou em colaborar com algo sobre as escolas brizoletas.
Laura escreveu: “Conheci várias delas, especialmente pelo interior de São Francisco de Paula, Santo Antônio da Patrulha, Gravataí e Taquara. Padronizadas, todas pintadas de verde, amarelo e azul, eram feitas de madeira e com uma treliça em parte da área do alpendre, na frente. Conforme o tamanho do alunado, as brizoletas eram constituídas de uma ou duas salas de aula e um pequeno espaço para o preparo da merenda escolar. As maiores constituíam-se de duas ou três salas de aula, cozinha com fogão a lenha, armários, material de cantina, tudo de acordo com a época. Algumas, grandes, geralmente em alvenaria, eram chamadas de escolas rurais.
Possuíam, ainda, uma ala residencial, composta por cozinha, um quarto, sala e banheiro, que tinha até uma banheira. Lecionei por cerca de 10 anos numa destas escolas, localizada em Catanduva Grande, interior de Santo Antônio da Patrulha e que está em atividade até hoje, lógico que adaptada aos tempos modernos. A residência foi transformada em sala de orientação educacional, sala diretiva e sala dos professores.”
A professora Laura está se referindo a uma grande campanha pela alfabetização, realizada pelo governador Leonel Brizola (1922-2004) em 1962. Segundo dados de um folheto do governo na época, Brizola chegou a empregar em educação o equivalente a 36% do orçamento.
Foram feitas 4,8 mil escolas e 526 mil novas matrículas. O número de professores, que, em 1959, era de 8.785, passou, em 1962, para mais de 22 mil. O esforço pela educação se baseava no slogan “Nenhuma Criança Sem Escola no Rio Grande do Sul” e na premissa de que sem educação não há desenvolvimento.