A primeira universidade marista no mundo nasceu da obstinação do irmão Afonso (Charles Herbaux), um religioso de espírito empreendedor e visionário. Com seus fiéis colaboradores, criou o grande empreendimento universitário no Sul: a PUCRS, que começou a tomar forma nos idos de 1930. Essa história começa em 3 de agosto de 1900, quando os primeiros irmãos maristas chegaram a Bom Princípio, vindos da Europa, a pedido de dom Cláudio Ponce de Leão, com a missão de ensinar crianças e jovens. Nos anos seguintes, outros maristas cruzaram o Atlântico com a incumbência de abrir escolas no Estado.
Estabelecidos há dois anos na Capital, em 1904, assumiram a direção da Escola Paroquial da Igreja Nossa Senhora do Rosário. A transferência para o grande prédio, construído na Praça Dom Sebastião, esquina com a Avenida Independência, onde hoje funciona o Colégio Rosário, ocorreu em 1927, ano em que o irmão Afonso assumiu a direção e fundou o Instituto Superior de Comércio, embrião para constituir a PUCRS.
A pedido dos alunos que se formavam e desejavam continuar os estudos universitários, mas não tinham como fazê-lo pela inexistência dos mesmos, irmão Afonso criou o Curso Superior de Administração e Finanças, em março de 1931, que, três anos depois, passaria a integrar a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas. Novas necessidades sociais geraram novas respostas e, assim, foram criadas a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1940), a Escola de Serviço Social (1945) e a Faculdade de Direito (1947).
De olho no futuro
Com as quatro faculdades e a colaboração de Faustino João e dos professores Eloy José da Rocha, Elpídio Ferreira Paes, Salomão Pires Abrahão, Francisco Juruena, irmão José Otão e Antônio César Alves, entre outros, a União Sul-Brasileira de Educação e Ensino solicitou ao Ministério da Educação a equiparação de universidade. Por decreto assinado em 9 de novembro de 1948, as faculdades passaram a constituir a Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Um mês depois, dom Vicente Scherer deu posse à primeira administração, que teve à frente o reitor Armando Câmara e o vice-reitor irmão José Otão. O título de pontifícia viria em 1950. Em 1954, José Otão assumiu como reitor (1954-1978). O trabalho solidificou a estrutura e reafirmou a força da mantenedora. Durante sua gestão, decidiu transferir a universidade do Centro para o campus, localizado numa chácara dos maristas, no mesmo terreno do Colégio Champagnat, no bairro Partenon.
Em março de 1957, foi lançada a pedra fundamental da Faculdade de Odontologia e, 11 anos depois, o presidente Costa e Silva inaugurou a cidade universitária. Em abril de 1962, os prédios da Faculdade de Odontologia e da Escola de Engenharia começaram a ser utilizados. À medida que as construções ficavam prontas, outras unidades eram transferidas.
Em 1970, com a criação da Faculdade de Medicina, surgiu a necessidade de um hospital-escola e de campo de estágios para a graduação e pós-graduação. As obras começaram em 1971, e o Hospital São Lucas (HSL) foi inaugurado em 1976.
Com a incrível capacidade empreendedora do novo reitor – irmão Norberto Rauch –, em 1978 a PUCRS começou a traçar o caminho para grandes projetos de futuro, até hoje presentes. Rauch levou a cabo obras como o Tecnopuc, o Museu de Ciências e Tecnologia, o Parque Esportivo, a nova Biblioteca Central, além de outros espaços destinados ao desenvolvimento do saber.
Em 2004, o irmão Joaquim Clotet assumiu como reitor (2004-2016), revisou prioridades e ajustou-as ao mundo contemporâneo tendo como objetivo a qualidade, o empreendedorismo, a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o relacionamento com a sociedade.
Conduzida pelo irmão Evilázio Teixeira, uma PUCRS robusta celebra, hoje, 70 anos. Em 2017, foi lançado o movimento PUCRS 360º – Universidade em Transformação, buscando mais autonomia para os estudantes durante a trajetória universitária, novos eixos formativos para uma experiência acadêmica diferenciada e mais espaços de convivência – como a Rua da Cultura – e de estudo no campus.