A Gráfica Rotermund é a segunda mais antiga do país em funcionamento. Em plena atividade, a empresa, fundada em 1877 e que aniversaria hoje, é um dos ícones da memória cultural do Estado, uma vez que está relacionada à imigração alemã, iniciada em 1824. A histórica firma, mais do que centenária, coloca no mercado produtos nos segmentos de papelaria, editorial e personalizados.
“A empresa passou por diversos momentos da conjuntura tanto nacional como internacional. Começou no Império, sobreviveu a revoluções, a duas guerras mundiais, golpes no sistema financeiro, dentre outros percalços”, recorda a diretora Eunice Rotermund.
Ela destaca a alegria em perceber que a marca é lembrada pela qualidade e por fazer parte da história e da vida de muitas pessoas. Os cerca de cem funcionários diretos e indiretos, abrigados na fábrica de 2,5 mil metros quadrados da Avenida Mauá, 2.400, no Morro do Espelho, em São Leopoldo, produzem milhares de unidades de cadernos de anotações, calendários de parede e de mesa, risque-rabisques, blocos de notas, entre outros artigos que são comercializados em todo o Brasil. O maior destaque são as agendas, o item mais conhecido.
A Rotermund tornou-se pioneira no país no segmento de agendas quando, em 1923, passou a produzir o Lehrer Kalender (agenda do professor). A empresa foi fundada pelos imigrantes Wilhelm e Marie Rotermund, que chegaram ao Brasil em 1874.
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A história da Rotermund confunde-se com a trajetória do Estado e grande parte dela foi compartilhada por meio da impressão do periódico Deustche Post, que durante quase 40 anos (de 1890 a 1928) publicou, no idioma alemão, as notícias dos acontecimentos da região para os imigrantes que não dominavam o português. Em 1942, com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial, a gráfica ficou proibida de imprimir livros didáticos ou jornais em alemão. Durante muitos anos, a Rotermund foi a maior editora do Brasil de material didático e de escritório, livros de bolso, almanaques e outros.
Em 2014, foi publicado um livro com a biografia do fundador da empresa, escrita pelo historiador Martin Dreher, em comemoração à chegada de Wilhelm Rotermund ao Brasil.
Colaborou Elizabeth Renz