O pequeno cofre de madeira foi feito por Américo Estevão Ely (1907-1965). Acostumado no trato com madeiras nobres em uma grande madeireira, e por tradição familiar herdada de seu pai e tios, Américo mantinha, numa pequena peça nos fundos de sua casa, na Avenida Pernambuco, na Capital, uma oficina onde produzia, artesanalmente, além dos delicados cofrinhos, como esse da foto, presenteado a sua sobrinha Maria Helena Grassi, alças de bolsas e sacolas e raquetes de pingue-pongue (tênis de mesa), tudo com esmero e madeira, caprichosamente envernizada.
Já o cofre em plástico rígido, em formato que lembra uma pequena bota, foi produzido no final dos anos 1950 pela fábrica de brinquedos Balila, de São Paulo, e fazia a alegria da gurizada.
Com a inscrição "Ampare o futuro de seu filho", o Banco Agrícola Mercantil S.A. (posteriormente Unibanco) brindava seus clientes com a réplica, em miniatura, de um grande cofre de aço para que estimulassem seus filhos ao hábito da poupança.
Outras instituições bancárias, como a Caixa Econômica Federal, também forneciam esse tipo de mimo para a sua clientela, especialmente entre os anos 1950 e 1970.
O cofrinho na forma de um porquinho, feito em cerâmica, é um clássico que exige certo desapego no momento de resgatar as moedas, já que deve ser implacavelmente quebrado diante da decisão de fazer alguma despesa.
Nestes tempos sombrios em que se usa um apartamento apenas para guardar malas e caixas de papelão com maços e maços de cédulas de dinheiro, o antigo e preventivo costume de poupar moedinha por moedinha talvez soe como comportamento de uma ingenuidade anacrônica.
Pena!
Colaborou Guilherme Ely