Hoje em dia, praticamente todo mundo está conectado com todo mundo. Com celular na mão, qualquer um envia mensagens grafadas ou de voz, e até fotografias ou imagens em movimento e de vídeo, tudo isso instantaneamente. Para os mais jovens, nada disso é novidade e pode parecer que sempre foi assim. Não foi. Um passo importante para facilitar a comunicação entre as pessoas foi a invenção do telégrafo. Em 1835, quando os gaúchos iniciavam a Guerra dos Farrapos, um americano chamado Samuel Finley Breese Morse, nascido em 27 de abril de 1791, em Charlestown, Massachusetts, construiu o primeiro protótipo de um telégrafo, estudando-o até 1837, quando passou a dedicar-se inteiramente ao seu invento.
Estudante da Universidade de Yale e interessado em eletricidade, em 1832, durante uma viagem de navio, participou de uma conversa sobre o eletroímã, dispositivo ainda pouco conhecido. Finalmente, em 1838, foi criado o sistema de sinais, pontos e traços chamado de Código Morse. Através da linha telegráfica pioneira, ligando Baltimore a Washington, deu-se a primeira transmissão oficial, cuja mensagem foi: “What hath God wrought!” (Que obra Deus fez!). Morse morreu em Nova York, em 1872.
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No Brasil, o telégrafo foi inaugurado em 1857, com a instalação da linha telegráfica entre a Praia da Saúde, na cidade do Rio de Janeiro, e Petrópolis. Essa primeira linha tinha uma extensão de 50 quilômetros, sendo 15 em cabo submarino, no leito da baía de Guanabara. Algum tempo depois, coube ao padre porto-alegrense Landell de Moura avançar ainda mais na telecomunicação.
Foi ele um dos primeiros a conseguir a transmissão de sons e sinais telegráficos sem fio, por meio de ondas eletromagnéticas, o que deu origem ao telefone e ao rádio. Landell de Moura teria realizado testes bem-sucedidos das suas transmissões desde 1893 ou 1894, mas, comprovadamente, o primeiro registro documentado em público é do dia 3 de junho de 1900. Se agora você entrar no site dos Correios, ainda encontrará a possibilidade de enviar um “telegrama”, que ali está definido como: “Mensagem urgente e confidencial, transmitida eletronicamente para o local de entrega, onde é impressa e autoenvelopada para entrega no endereço do destinatário”.
Será que alguém ainda usa?
Antigamente, você ia aos Correios, solicitava o serviço de telegrafia e, conforme os exemplos dos anos 1940 e 1960, que ilustram a coluna, as mensagens telegrafadas chegavam ao destino, onde eram impressas, em tirinhas de papel, coladas num formulário oficial, dobrado e lacrado, que era levado ao endereço do destinatário por um carteiro, de bicicleta, enviado especialmente para isso.
Tudo na maior velocidade... (risos).
Outra coisa: quanto mais palavras continha a mensagem, mais caro custava. No caso do fonograma, era quase a mesma coisa. O remetente ligava para a companhia telefônica, ditava o texto e fornecia os dados do destinatário.
Depois, essas informações eram repassadas para uma outra telefonista, que datilografava o conteúdo num papel timbrado, que era entregue ao destinatário por um estafeta.