Historicamente, a cidade do Rio de Janeiro sempre exerceu grande atração sobre o mundo cultural gaúcho, em especial entre cantores, músicos e gente do rádio. Essa tendência foi bem mais marcante no passado, em meados do século 20. Foi quando, segundo o jornalista e professor Luiz Artur Ferraretto, muitos conterrâneos saíram do Rio Grande o Sul para ganhar os microfones do centro do país. Ele guarda em seu acervo a Revista TV, de fevereiro de 1956, que registra os nomes de cinco profissionais, apresentados como "os gaúchos mais bem pagos no rádio carioca e mais populares no Brasil".
Estes os relacionados pela revista: Nelson Gonçalves (1920-1998), natural de Santana do Livramento e um dos principais intérpretes da história da música brasileira; Manoel Barcelos (1905-1995), nascido em Pelotas e um dos mais populares animadores de auditório da Rádio Nacional; Alcides Gerardi (1918-1978), de Rio Grande, conhecido por sucessos como Cabecinha no Ombro; Heron Domingues (1924-1974), de São Gabriel, a inconfundível voz do Repórter Esso; e Luiz Mendes (1924-2011), de Palmeira das Missões, que se tornou nacionalmente conhecido como narrador e comentarista esportivo.
Além destes, inúmeros outros profissionais, de áreas diferentes, deixaram os pagos para brilhar em outras querências. Vamos citar apenas alguns, já falecidos: João Saldanha (futebol), Elis Regina (música), Maria Della Costa, Walmor Chagas e Lílian Lemertz (teatro), Alberto Ruschel (cinema), Justino Martins e Tarso de Castro (jornalismo).
FIM DO TROCO DE COBRE
Logo após a Proclamação da Independência, em 1822, a falsificação das moedas de cobre, em todo o país, começou a atingir os limites do insuportável, ameaçando as finanças públicas. Chegou ao ponto de muitas autoridades já aceitarem os cobres falsos em pagamento de impostos. A adulteração da moeda brasileira era feita inclusive nos Estados Unidos.
Em 1827, o governo imperial, por sugestão do cônsul inglês, vindo através do governo da Bahia, decide substituir todas as moedas de cobre por cédulas de papel, em todas as províncias, em valores que vão de 1 mil a 100 mil réis. A primeira série foi feita em papel comum. Nas seguintes, para evitar novas falsificações, foi acrescentada uma linha d'água em formato de escada. A Província de São Pedro do Rio Grande do Sul também recebeu sua cota própria de cédulas, hoje raras e valiosas nas mãos de poucos colecionadores.