O jornalista e advogado Afonso Licks acaba de lançar o livro Octavio, o civil dos 18 do Forte de Copacabana. Na obra, ele relata detalhes de um capítulo mal contado da história do Brasil. Licks empreendeu profundas pesquisas para traçar o perfil do único civil a participar do movimento que levou jovens tenentes revolucionários a enfrentar a morte na calçada da praia mais famosa do mundo, Copacabana. O nome desse paisano é Octavio Corrêa (1886-1922), um gaúcho aventureiro e, até então, misterioso protagonista da ação em que 18 homens enfrentaram 8 mil militares governistas do presidente Epitácio Pessoa, na tarde do dia 6 de julho de 1922.
Depois da intensa fuzilaria, que durou pouco mais de 11 minutos, Octavio morreu, aos 36 anos, a caminho do Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Octavio era o quinto dos 12 filhos de Carlos Alberto Corrêa, pecuarista de Quaraí, tão rico, que foi o maior pagador de impostos rurais e urbanos da Província nos anos de 1911, 1914 e 1915.
Trazido para Porto Alegre, o corpo de Octavio, depois de encomendado na cripta da Catedral Metropolitana, foi encaminhado, provisoriamente, ao cemitério da Santa Casa de Misericórdia, para ser enterrado "entre muros", pois o mausoléu da família Corrêa, no Cemitério São Miguel e Almas, ainda estava em construção. Embora exista um documento da saída dos restos mortais do cemitério da Santa Casa, estranhamente os despojos de Octavio não estão registrados na lista dos 19 parentes sepultados no jazigo 25, que é o mausoléu da família, ornado por um busto de seu pai, Carlos Alberto, no São Miguel e Almas. Como se vê, apesar dos esforços de Licks, algum mistério ainda ronda a breve vida (ou morte) de Octavio Corrêa.
O livro, Octavio, o civil dos 18 do Forte de Copacabana, terá tarde de autógrafos na Feira do Livro no dia 10, às 18h.