Na última quinta-feira, foi lançado na Feira do Livro de Porto Alegre o quarto volume da coleção Memória cultural, proposta editorial da Coordenação da Memória Cultural, da Secretaria Municipal da Cultura da Capital. A obra aborda o tradicional bairro da Vila do IAPI e tem "como objetivo principal esclarecer aos usuários da comunidade e à população em geral sobre as consequências da inclusão da Vila do IAPI no conjunto de bens culturais de Porto Alegre, conscientizando a todos sobre direitos, deveres, responsabilidades e privilégios de se morar ou trabalhar em edificações ou espaços integrantes do acervo reconhecido como patrimônio da cidade", segundo os organizadores do livro de 110 páginas.
Vila do IAPI – Orientações para a conservação é fartamente ilustrado, com fotos em preto e branco e detalhados croquis das plantas de casas e edifícios, assim como um mapa do projeto urbanístico. Segundo o arquiteto Luiz Antônio Bolcato Custódio, coordenador da CMC, da SMC, "o projeto do conjunto habitacional para os servidores do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) inovou ao propor uma arquitetura que fazia uso de características do terreno, valorizando espaços de convívio e respeitando individualidades. Houve avanços pelo conceito, pelo processo e pelos resultados".
Os engenheiros Edmundo Gardolinski e Marcos Kruter foram os responsáveis pelo projeto na década de 1940. Ao longo do tempo, muitas edificações passaram por intervenções descaracterizantes, eventualmente justificáveis por motivos funcionais. Essas mudanças ainda não comprometem o conjunto, mas, se prosseguirem, certamente afetarão sua integridade.
Nos anos 1990, a prefeitura contratou o arquiteto Carlos Maximiliano Fayet, que, com a colega Orildes Diniz, avaliou a situação e propôs alternativas para atender às novas demandas, principalmente no que se refere a garagens.
Esse trabalho, revisto e atualizado pela Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural, com a colaboração da arquiteta Manuela Costa, constitui o objeto da presente publicação. Um trabalho que – em respeito à história, à arquitetura, aos autores e moradores que têm orgulho desse conjunto residencial – busca orientar sua preservação para esta e para futuras gerações. O livro terá, ainda, um lançamento no próprio bairro, previsto para ocorrer às 17h do dia 10 de dezembro, no Parque Alim Pedro.