Municípios gaúchos que estão sem doses da vacina da AstraZeneca já começaram a aplicar a da Pfizer em pessoas que receberam a primeira dose do imunizante britânico e estavam com o esquema vacinal atrasado. A medida ocorre após orientação da Secretaria Estadual da Saúde que permitiu a intercambialidade entre as duas marcas.
Em Viamão, devido à alta demanda deste público, está sendo possível contemplar apenas quem recebeu a primeira aplicação há 12 semanas. Concluído esse grupo, será possível atender quem aguarda para completar o esquema vacinal há oito semanas, correspondendo ao novo intervalo entre doses estipulado pela Secretaria Estadual da Saúde no dia 20 de outubro. Situação semelhante ocorre em Sapiranga e Sapucaia do Sul.
Já em Novo Hamburgo, as aplicações da Pfizer passam a ocorrer a partir de quinta-feira (28) em um esquema de drive-thru. Pessoas que já fizeram o agendamento prévio serão priorizadas. O município enfrentava escassez de doses da AstraZeneca há quase uma semana.
Em São Leopoldo, foi possível manter o baixo estoque disponível nos últimos dias. A expectativa é que a oferta acabe nesta quinta-feira (28), quando a prefeitura deverá colocar em prática a nova medida.
Atualmente, conforme o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), 204 cidades não possuem mais estoques de AstraZeneca. Em dois dias, o número de prefeituras que passaram a enfrentar essa situação aumentou em 40%. Na última segunda-feira (25) o governo gaúcho solicitou ao Ministério da Saúde com 75 mil doses desse imunizante, que devem chegar na quinta-feira.
Garantia do Estado
Apesar da grande quantidade de municípios sem AstraZeneca, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) estima que o nono lote será suficiente para suprir a demanda de quem está atrasado. De acordo com a a chefe da Vigilância Epidemiológica do Centro de Vigilância em Saúde, Tani Ranieri, nem todos os locais que estão sem estoque precisam de novas remessas.
— Têm cidades que já não precisam mais aplicar AstraZeneca pois não há nenhuma pessoa atrasada na sua população. Por isso, calculamos sempre pela quantidade de atrasados no sistema e não no número de municípios — explica.
A pasta estimou um público de 70 mil gaúchos que se encontram nessa situação. Com a nova orientação, que permite aplicar segunda dose de Pfizer para esse público, a expectativa é que esse número seja ainda menor. No entanto, o Cosems acredita que será necessário solicitar novos lotes ao Ministério da Saúde em breve.