A decisão desta segunda-feira (22) do governador Eduardo Leite de manter a bandeira vermelha para as regiões de Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre e Capão da Canoa desagradou comerciantes e estabelecimentos de alimentação. A bandeira determina a volta do fechamento do comércio e restringe o atendimento dos restaurantes aos serviços de telentrega e takeaway.
O Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas-POA) lamentou a decisão e afirmou que a medida terá consequências sérias na economia da cidade. Uma estimativa do setor aponta que, dos últimos 90 dias, o comércio conseguiu atuar em apenas 20. O presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, ressalta que a determinação irá ocasionar um aumento do desemprego, já que muitos comerciantes não poderem suspender novamente os contratos dos funcionários.
— Lamentamos muito a decisão, pois haverá reflexos no desemprego e na economia da Capital. Nunca pensamos que iríamos passar por isso, mas essa imprevisibilidade torna a situação muito difícil. Muitas lojas não irão se recuperar — afirmou o presidente.
O Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha) também entende que o retrocesso nas flexibilizações irá impactar muitos estabelecimentos. De acordo com a entidade, houve uma preparação para essa nova etapa que deveria ter sido levada em contato pelo governo. O presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, acredita que as regras elaboradas pela prefeitura deveriam ser consideradas.
— A prefeitura tinha estabelecido um horário para a operação dos restaurantes que era para atender os trabalhadores, principalmente aqueles do centro de Porto Alegre. Infelizmente, isso não foi levado em conta. A determinação é uma perda para o setor, mas vamos seguir preparados. Esse “efeito sanfona” vai fazer parte da nossa vida — avaliou Chmelnitsky.
A prefeitura de Porto Alegre já elabora um novo decreto com restrições que irão se adaptar às regras definidas pelo sistema de distanciamento controlado do governo do Estado.