A retomada da volta às aulas na rede privada ainda em maio deve ser tema de discussão entre governo do Estado e entidades nos próximos dias. O governador Eduardo Leite voltou a destacar essa possibilidade durante entrevista ao Gaúcha Atualidade desta segunda-feira (11).
A definição está sendo tratada diretamente com o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS) e dependerá da condições a serem seguidas pelas escolas.
— Nós estamos discutindo com as entidades ligadas à educação para que tenhamos os protocolos que deem segurança ao retorno e analisando a partir do estabelecimento destes protocolos as condições de estabelecer o efetivo retorno — disse Leite.
Sobre o ensino público, o governador descartou o retorno em maio e avalia que há possibilidade da atividade ser retomada em junho. Segundo Leite, a rede privada tem mais agilidade em colocar esses protocolos em operação.
— O ponto é que também há manifestação do Ministério Público, de promotores ligados à área, de entender que a educação privada e a pública devem retornar conjuntamente. Eu compreendo o ponto de não haver diferenciação entre crianças da rede pública e privada. Por outro lado, há que se considerar que a rede privada, além de ser uma atividade de ensino, é uma atividade econômica na qual há um circuito todo de profissionais e que essas escolas e cursos estão com dificuldades e que poderiam voltar anteriormente — comentou o governador.
Uma reunião entre escolas privadas e o governo do Estado está marcada para ocorrer nesta segunda-feira. Conforme o Sinepe, houve reunião com a secretaria de educação na sexta-feira (8) para buscar um modelo seguro de retomada. O setor acredita que, quando for possível o retorno, a tendência é de que ocorra de forma gradual, de algumas turmas e níveis de ensino.
Também haverá um planejamento específico para aqueles estudantes que não podem retornar por fazerem parte do grupo de risco. O sindicato recomenda que as escolas sigam com as atividades remotas.
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Treinos da dupla Gre-Nal
O governador também voltou a comentar sobre os treinos que estão sendo retomados na dupla Gre-Nal. Segundo ele, não houve mudança do que foi anunciado no sábado (9) e o que está no decreto publicado no domingo (10).
— Não houve mudança. Na bandeira amarela, estão liberado os treinos em clubes esportivos. Podem reunir as pessoas até o limite que ali estão (estabelecidos). Na bandeira laranja, constavam como fechados, mas estes clubes também tem tem estruturas de academias de ginástica, de musculação, que poderão funcionar nas mesmas condições das academias na bandeira laranja. Está especificado ali como atendimento individualizado. A diferença é que o clube pode ter treinos coletivos na bandeira amarela e na bandeira laranja pode funcionar com atendimento individualizado nas mesmas condições e com mesmo rigor das academias. Nada foi alterado — esclareceu Leite.
Dessa forma, a dupla Gre-Nal está apta a seguir com os treinamentos. Clubes do interior enquadrados nas mesmas bandeiras poderão retomar as atividades. Algumas cidades, no entanto, podem ter decretos municipais mais restritivos. Após a publicação do decreto, Grêmio e Inter confirmaram que mantêm o cancelamento dos treinos desta segunda-feira. As direções dos clubes se reunirão para analisar as normas previstas no documento e, assim, definir como fica o planejamento dos treinos da semana.
Uso de máscaras
O governador também comentou sobre o uso de máscaras, que a partir desta segunda-feira passa a ser obrigatório no Rio Grande do Sul em todas as bandeiras em ambientes abertos e nos fechados, onde houver aglomeração.
— Não colocamos (a previsão de) multa (para quem desobedecer). Isso deve ser feito com a aprovação da Assembleia Legislativa. Sei que tramitam (projetos) em âmbito nacional para a obrigatoriedade do uso das máscaras para estabelecer punição para o não uso. Podemos averiguar se enviamos (projeto) para a assembleia. Mas acredito na conscientização — disse ele.
Reabertura de shopping centers
Já sobre o comércio, o governador se mostrou atento às operações também em shopping centers. Ele comentou que, nos protocolos divulgados, tanto na bandeira amarela quanto na laranja, estes estabelecimentos podem funcionar, com restrições.
— O shopping parece ser algo grande, mas é condomínio de pequenos franqueados. São lojistas que precisam da atividade econômica acontecendo — ressaltou Leite.