O Sindicato do Ensino Privado (Sinepe-RS) avalia que seria viável retomar as atividades nas escolas entre o final de maio e o começo do mês de junho no Rio Grande do Sul. Uma definição mais precisa depende da conclusão de protocolos de segurança a serem adotados em todos os estabelecimentos para reduzir o risco de transmissão do coronavírus. Uma nova reunião para tratar deste tema foi realizada na manhã desta segunda-feira (11) com representantes da entidade e técnicos da Secretaria Estadual da Educação (Seduc).
Conforme o presidente do Sinepe, Bruno Eizerik, a entidade vem colaborando com o governo gaúcho para detalhar as regras de segurança a serem cumpridas nos colégios, já que a educação ficou de fora do decreto sobre o plano de distanciamento controlado em vigor. A expectativa é de que esse conjunto de normas seja elaborado até o final desta semana, o que permitiria avaliar com mais clareza o que cada escola precisa fazer para se adaptar — e quanto tempo isso levaria.
— O ideal é pensarmos em uma volta no começo de junho, mas não devemos descartar que seja possível fazer isso ainda no final de maio — afirma Eizerik.
Outro ponto em discussão é que o que será autorizado conforme a cor da bandeira de cada região pelo novo sistema de distanciamento (bandeiras mais escuras indicam maior risco de transmissão e menor capacidade de atendimento, o que aumenta a restrição de atividades).
— Tudo depende da bandeira de cada região também. Sob bandeiras preta ou vermelha, não tem como pensar em voltar. Isso seria possível sob a amarela, e estamos discutindo o que seria possível na laranja — revela o presidente do Sinepe.
Um item já acertado é que a volta será escalonada, com parte dos estudantes retornando às salas de aula em períodos sucessivos. Medidas de segurança previstas no protocolo geral já publicado pelo Piratini também serão cumpridas nos estabelecimentos de ensino, como o uso de máscaras.
Um dos temas mais sensíveis é a situação das escolas de Educação Infantil (zero a cinco anos), já que é praticamente impossível evitar contato entre educadores e bebês ou crianças de menos idade. Representante de um movimento que reúne 155 instituições infantis de várias regiões do Estado e vice-diretora da Escola de Educação Infantil Pais e Filhos, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, Luciane Gonçalves se queixa da falta de informações até o momento.
— Encaminhamos uma sugestão de protocolo para a prefeitura de Porto Alegre e o Estado, mas seguimos sem orientações. Precisamos nos adaptar com antecedência, até porque provavelmente será difícil adquirir equipamentos de segurança — afirma Luciane.
A Seduc se manifestou por meio de nota. Segundo o texto, “as aulas presenciais na rede pública permanecem suspensas” e a secretaria “realiza reuniões diárias com técnicos da Secretaria Estadual da Saúde e especialistas em epidemiologia tendo como pauta os protocolos que virão a regrar a retomada das aulas presenciais no futuro”. Não há uma data confirmada para o retorno às aulas na rede pública. Segundo o governador Eduardo Leite, isso não deverá ocorrer antes de junho.