O presidente da Famurs, Eduardo Freire, alertou para o risco de que a mudança no modelo de distanciamento social no Estado seja compreendida pela população como uma volta à normalidade, o que poderia levar a uma “grande tragédia”. Freire acredita que o novo modelo será seguido pela maioria dos prefeitos e pede que o governador Eduardo Leite resista às pressões para liberar todas as atividades.
– Estamos torcendo para que esse modelo esteja correto. Ficamos preocupados que as pessoas pensem que está voltando tudo à normalidade. Se voltarmos à normalidade, passaremos por uma tragédia – disse Freire.
O presidente da Famurs, entidade que representa os municípios gaúchos, também lembrou que estudos apontam que o vírus está recém começando a circular no Estado:
– Já está mais do que provado que se aumentarmos a velocidade de transmissão do vírus, o sistema de saúde não vai suportar. Isso já aconteceu em países da Europa, está acontecendo em regiões dos EUA, agora estamos vendo isso no Amazonas. Se acharmos que conseguimos, em 30 dias, vencer, no Rio Grande do Sul, o coronavírus, caminharemos para uma grande tragédia. Estamos apenas iniciando esta batalha.
O representante dos prefeitos apelou ainda para que as entidades empresariais da indústria e do comércio suspendam o que ele chama de “pressão constante” e “respeitem a vida do cidadão gaúcho”:
– O que a gente pede é que as entidades (empresariais) tenham essa compreensão. A pressão exercida o tempo todo prejudica. É um apelo que se faz às entidades (empresariais), que respeitem os critérios técnicos e a vida do cidadão gaúcho – disse Freire.
O presidente da Famurs disse que a entidade considera “válido” um modelo de distanciamento social que busque proteger as vidas e “também tenha preocupação com a questão econômica”. Segundo ele, é fundamental que as regras sanitárias sejam respeitadas pelos setores empresariais.