Nesses tempos de pandemia de coronavírus, voluntários têm se dedicado a criar iniciativas para tentar impedir a disseminação da doença. É o caso da aluna de pós-graduação em Moda na faculdade Senac-Porto Alegre, Clarissa Auler, que há seis meses realizou um transplante de coração.
Ela confecciona máscaras de tecido que estão sendo usadas como proteção durante a pandemia de covid-19. O Ministério da Saúde já recomendou o uso pela comunidade.
Clarissa faz isso em casa, já que, por ter baixa imunidade, não pode ir para a rua. Toda a produção é doada.
A estudante de Moda, que abandonou o Direito para se dedicar à costura, iniciou a confecção das proteções para o rosto durante um projeto voltado para crianças com câncer no Hospital das Clínicas, instituição onde realizou a sua cirurgia cardíaca e continua fazendo o acompanhamento pós-transplante.
— Eu percebi que agora era hora de fazer algo para a população em geral. Essa epidemia tem de ser combatida por todos nós — justifica Clarissa.
Em média, a universitária faz 20 máscaras por dia e inclusive consegue enviar a outros Estados, pelo Correio. Os pedidos podem ser feitos pelo WhatsApp no número (51) 99758-7554.
Médico cria máscaras para uso profissional
Outro caso é o do médico Hugo Goulart de Oliveira, professor da Faculdade de Medicina da UFRGS. Ele tem ensinado os alunos a montar máscaras para uso profissional, a partir de folhas plásticas (acetato), tamanho A-4.
O material é recortado e perfurado, para ser preso por um elástico à cabeça do usuário. Na testa, é colocada uma isomanta (espécie de espuma em rolo) que é fixada ao elástico. Isso permite que a máscara fique afastada do rosto. Ele publicou um vídeo no YouTube, ensinando como fazer.
Os alunos têm feito para entregar a profissionais, não só da área da saúde, mas de outros setores, como caixas de supermercado, por exemplo.
OMS passa a recomendar o uso de máscaras caseiras para toda população
Na última sexta-feira (3), a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou pela primeira vez que o uso de máscaras caseiras, em algumas circunstâncias, como uma estratégia abrangente para combater ao coronavírus.
O diretor-executivo de emergências da organização, Mike Ryan, ressaltou que médicos e enfermeiros na linha de frente devem ter prioridade para as máscaras profissionais de alta proteção, mas afirmou que, usar algo para cobrir a boca e no nariz para prevenir tosses ou espirros não é uma má ideia.
O Ministério da Saúde já vinha recomendando que a população fizesse uso deste tipo de material caseiro e reutilizável, e na última quinta feira (2) chegou a divulgar material orientando como confeccionar corretamente.
Mesmo com o uso de máscaras, medidas de higiene das mãos e etiqueta respiratória ainda seguem como as medidas mais importantes para evitar o contágio e proliferação do coronavírus.