Com o maior número de casos da covid-19 no interior do Estado, Bagé comemora a alta dos quatro pacientes que ainda estavam internados em hospitais da cidade. Entre os 15 infectados no município, somente um segue internado, em Porto Alegre, com ventilação mecânica. Há quatro pessoas hospitalizadas esperando resultado dos testes. Outras sete testaram negativo nesta quarta-feira (1º)
Nas últimas 24 horas, mais dois moradores tiveram confirmação para covid-19. São dois médicos, residentes no município e que foram submetidos a testes após viajar. Na semana passada, um médico de Pelotas havia se contaminado depois de passar por cirurgia em Bagé.
— Com isso, temos sete médicos com covid-19 — lamenta o secretário municipal da Saúde, Mario Mena Kalil.
É para tentar frear a expansão do vírus pela região que a prefeitura começou a desinfectar os veículos que entram e saem da cidade. Desde a manhã desta quarta-feira (1º), há três pontos de bloqueio, onde atuam sete equipes de militares do Exército e agentes da Vigilância Sanitária.
Houve filas de veículos, mas nenhum deles passa pelo local sem ter a lataria e rodas pulverizadas com uma substância desinfetante. Os tripulantes também recebem panfletos com informações sobre métodos de prevenção. As pessoas que deixam o município são orientadas a permanecer em quarentena no local de destino.
— Bagé é hoje uma cidade contaminante. Quem entra tem que saber dos riscos e a situação que enfrentamos. E quando vai embora, é importante que fique em isolamento — salienta Kalil.
O secretário, porém, admite que os pontos de bloqueio não têm grande eficácia no controle da doença. Para ele, mais efetiva é a higienização contínua que tem sido feita no transporte coletivo municipal. As linhas foram reduzidas e ao final de cada viagem as empresas são obrigadas a desinfetar todos os pontos de contato dos passageiros, como bancos, barras e agarradores.
A prefeitura segue vacinando contra gripe os idosos. São mais de 200 agentes aplicando as doses a domicílio. Até agora, dos 18 mil alvos, 12,4 mil já foram imunizados.
A cidade registrou a primeira volta ao trabalho de um paciente curado. Trata-se do diretor-administrativo da Santa Casa, Raul Vallandro, 58 anos. Na terça-feira (31), ele participou de uma reunião para discutir destinação de recursos para o combate à covid-19 e observou de perto o sentimento de pânico que assola o município. Ao chegar para a audiência na prefeitura, servidores fugiram com medo de contágio.