O temor da contaminação pelo novo coronavírus fez com que milhares de gaúchos corressem aos mercados nos últimos dias. Prateleiras de muitos estabelecimentos ficaram vazias, provocando ainda mais pânico em decorrência da pandemia do vírus. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quinta-feira (26), o secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, falou sobre a situação atual, com medidas para garantir o abastecimento de alimentos no Estado.
De acordo com o secretário, o fechamento de bares, escolas e restaurantes, entre outros estabelecimentos, em razão do coronavírus, provocou 50% de queda na venda dos produtores do Ceasa. Assim, muitos deixam de vender e acabam não plantando pela baixa demanda.
— Nós estamos monitorando essa situação e seguimos em contato com entidades para ver quais ações vamos tomar para fortalecer a agricultura. Queremos evitar que pequenos produtores tenham prejuízo — explica.
Questionado sobre a atuação dos frigoríficos em meio à pandemia, Covatti Filho afirmou que as empresas estão adotando o regime de revezamento de funcionário, pois o funcionamento desses estabelecimentos é considerado serviço essencial. Segundo ele, há campanhas de prevenção contra o vírus, incentivando a utilização de álcool gel. Ainda de acordo com o secretário, se houvesse o fechamento dessas instituições o desabastecimento seria inevitável.
Outro problema que afeta o Estado é a estiagem. O secretário disse que reuniões técnicas no Ministério da Fazenda estão sendo feitas, acompanhando o trabalho dos produtores gaúchos. Segundo ele, no entanto, haverá queda de circulação de alimentos.
— Nossa expectativa de produção de soja era de 19 milhões e 700 mil toneladas. Com a seca, vai ser 12 milhões de toneladas. Haverá queda significativa no RS, mas estamos monitorando, aguardando nossas propostas serem atendidas pelo Ministério — finaliza.