Para além de aproveitar os Jogos Olímpicos, é possível utilizar os dias em solo francês para conhecer ou revisitar alguns dos destinos mais desejados dos turistas. Dependendo do interesse do viajante, é possível combinar a experiência inesquecível de participar do evento esportivo, ainda, com a passagem por outros países do continente europeu.
Por meio de roteiros pré-organizados, é possível contar com traslados, hospedagem, café da manhã e passeios com guia. Um caso interessante é aproveitar intervalos de um ou dois dias em determinadas modalidades, especialmente antes das fases finais, para incrementar a viagem.
Há muitas opções de pacotes com saída de Paris para locais como Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Madri ou Lisboa, ou destes lugares com destino à capital francesa. Alguns deles passam pela Riviera e pelas belíssimas cidades da costa, ou conectam a Itália e Suíça. Já o Eurotúnel permite que se chegue confortavelmente a Inglaterra, Escócia e Irlanda.
— Paris está na Europa Central, permitindo conexões a outros destinos com muita facilidade. Não precisa ser via aérea. Uma passagem custa 30 euros, mais taxas, chegando a cerca de 60 euros (cerca de R$ 325 na cotação atual). Parece interessante, mas incluindo deslocamento e tempo de espera no aeroporto se torna menos eficiente do que a rede ferroviária europeia, incrivelmente qualificada e diversificada, com muitas alternativas de horários e destinos — explica a sócia-proprietária da Magnatur, Ana Rosa Cé.
Quem não pretende sair dos limites franceses também conta com atrativos mais do que suficientes. É possível ir ao Monte Saint-Michel, uma ilha rochosa com um lindo templo no topo. Ou, quem sabe, a cidade de Giverny, cujos jardins serviram de inspiração para o pintor impressionista Claude Monet. As vinícolas de Bordeaux, a histórica Normandia, os cenários da Riviera, como Cannes e Monte Carlo, além de Marseille e Nanterre. Não faltam lugares incríveis com atividades esportivas e muitas opções de passeios memoráveis.
Investimento
Os jogos oferecem uma complexidade própria das competições esportivas: o itinerário e até mesmo a permanência em cada local dependem dos resultados dentro das quadras, campos, pistas ou piscinas. Remarcações de passagens, ingressos ou hotéis se tornam ainda mais complexos quando não se domina o idioma. Por isso, é importante procurar um profissional que ajude a planejar e cuidar de tudo.
Com a alta demanda para a data das Olimpíadas, os valores não estão muito baixos. A variação típica das reservas de voo proíbe que se faça uma cotação precisa, mas a estimativa aponta para um valor de aproximadamente 5 mil euros ( cerca de R$ 27 mil na cotação atual) para um pacote de cinco dias.
O parâmetro é um hotel três estrelas e ingressos para alguma modalidade básica, em fases iniciais. Esse pacote sai em torno de 500 euros por noite, por pessoa – 2,5 mil euros em cinco dias. Acrescenta-se, então, o mesmo valor em passagens, partindo de Porto Alegre.
O clima dos Jogos
Estar em uma edição das Olimpíadas é uma experiência única. É assim que Ana Rosa Cé define o que viveu durante os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Ela atuou como voluntária na área de hospitalidade, o que possibilitou que passasse por quase todas as estruturas que receberam disputas.
— O Rio estava fantástico porque estava limpíssimo, era aquele que a gente não está acostumado. Muito internacional, as delegações circulando uniformizadas, as pessoas desfilando. Os países representados, alguns com quiosques, outros com arquiteturas muito interessantes ao longo da orla da Zona Sul — recorda.
A sensação de segurança em um evento dessa magnitude também chama atenção de Ana, acostumada a presenciar grandes concentrações de pessoas. Ela acredita que em Paris não será diferente, a despeito dos problemas que o país enfrenta, eventualmente, em relação ao terrorismo e à ebulição política e social típica do povo francês.
Surfe a 15 mil quilômetros da sede principal
O pioneirismo da edição francesa dos Jogos não se limita à abertura às margens do Rio Sena. O surfe, que estreou nos Jogos de Tóquio 2020 – realizado em 2021 por conta da pandemia –, será a primeira disputa a ocorrer a 15 mil quilômetros da sede principal.
A mítica praia de Teahupoo, palco do torneio, fica no Taiti — maior ilha da Polinésia Francesa. A distância em relação ao Brasil também é grande, o que faz do país um destino menos procurado. O público-alvo fica concentrado em apaixonados pelo surfe e quem está em busca de descanso em meio à natureza. A rusticidade que marca o Taiti e, mais especificamente, Teahupoo, vem sendo até mesmo motivo de debates sobre a realização dos jogos no local.
A construção de estruturas para acomodar a competição, com a demanda de transmissão para todo o mundo, torre de jurados próximo às ondas e outras questões, vem recebendo reclamações dos nativos. Quem optar por acompanhar de perto a modalidade, vai desfrutar de um ambiente bucólico e que mistura a tradição francesa com a cultura própria da Polinésia – um clima encantador.
Favoritismo brasileiro
Está é um dos esportes em que o Brasil tem favoritismo. A geração de surfistas que dominou o cenário mundial e recebeu o nome de Brazilian Storm (em português, "tempestade brasileira") conquistou a primeira medalha de ouro da história do esporte em Olimpíadas, com Ítalo Ferreira, em Tóquio 2020.
Em Paris – ou melhor, no Taiti –, o país será representado pelos atletas Filipe Toledo e João Chianca, mas Ferreira e Gabriel Medina ainda têm chance de conquistar uma vaga na importante disputa.