Vale muito a pena singrar mares e oceanos para chegar à Oceania. O continente é o menor do planeta, composto por 14 países, ficou conhecido como o Novíssimo Mundo e está entre os destinos considerados exóticos.
Entre os turistas brasileiros, os lugares preferidos são Austrália e Nova Zelândia, respectivamente, seguidos por Ilhas Fiji e Indonésia - que fica na divisa com o Sudeste Asiático, sendo considerada país dos dois continentes. Junto com Papua Nova Guiné, são destinos bem menos visitados, mas não deveriam ser ignorados, pois contam com atrações naturais e culturais únicas.
— As Ilhas Fiji e a Indonésia são lugares mais explorados por aqueles viajantes cuja lista de lugares conhecidos já é bem grande, ou pelos ávidos por desbravar paisagens e culturas diferentes — observa Chay Amorim, sócia da Casamundi Turismo e Cultura.
Segundo Chay, na Austrália as cidade mais procuradas estão na Costa Leste – desde Brisbane, passando por Sydney e chegando a Melbourne. O país permite ao visitante, ao mesmo tempo, apreciar momentos ao ar livre, de natureza e esportes radicais, assim como usufruir de atrações cosmopolitas.
O país também esbanja natureza, ricamente preservada e com uma fauna bem característica: a presença de cangurus. Eles estão em muitos lugares, mas podem ser melhor observados em parques nacionais e em alguns percursos específicos.
Os roteiros costumam percorrer o mapa australiano de Norte a Sul. Diante da grande quantidade de atrações e um trânsito de mão inglesa (com o motorista na posição da direita e o carro na pista esquerda), a recomendação é aderir a pacotes com serviço de guias e passeios orientados.
— Quem dirige não aproveita. Tem que ficar cuidando a estrada — alerta a proprietária da DC Tur, Lígia Ayub.
Em Sydney, os programas imperdíveis são o Opera House, o Hyde Park, a casa do Parlamento, a Harbor Bridge e regiões como Kings Cross, Bondi Beach e Paddington. Em Melbourne, o Queen Victoria Market é o principal foco do distrito comercial e merece uma visita. A Collins Street, repleta de lojas e restaurantes, destinada a pedestres, também entra na lista, assim como o Albert Park, que fica lotado no verão.
— É legal ir na Great Ocean Road, que tem uma linda paisagem, incluindo a chance de ver coalas e cangurus pelo caminho. Ela também leva a um lugar chamado Otway Ranges, com árvores ancestrais que reproduzem o som da floresta — conta Lígia.
Seguindo por essa via, chega-se aos 12 Apóstolos, esculturas naturais formadas por pilhas de calcário. Elas ficam na costa do Parque Nacional de Port Campbell.
Já Adelaide é considerada a capital costeira e cosmopolita da Austrália. O Jardim Botânico é mais uma atração natural imperdível. Para os amantes de vinhos, o National Wine Center é a pedida. A região tem vales que dão origem a excelentes rótulos.
— Amantes de bons vinhos também têm nesses países uma bela desculpa para harmonizar os rótulos do novo mundo com sua gastronomia fresca — sugere Chay.
Corais
Sem dúvida, um dos maiores atrativos naturais da Austrália são os recifes de corais. São mais de 2 mil km de extensão, que podem ser explorados mergulhando, sobrevoando ou navegando. A opção mais popular – e em conta – é o passeio de snorkel, que permite observar de perto as incontáveis espécies de animais. São tantas que os cientistas garantem que muitas sequer foram identificadas e catalogadas pelo homem até hoje. O principal lugar para embarcar é a região de Cairns, mas Airlie Beach e Hamilton Island também são bastante procuradas e têm boa estrutura.
Depois de ir até lá, é recomendado que se aproveite a estada pelo tempo suficiente para justificar a empreitada. O ideal, segundo Chay, é visitar Austrália e Nova Zelândia na mesma volta, mas cada um merece pelo menos duas semanas de permanência.
Papua Nova Guiné: mergulho e vulcões
Imensa diversidade cultural e biológica. Lindas praias, recifes de corais, florestas tropicais, trilhas e tribos. Papua-Nova Guiné tem sido descoberto por turistas que adoram aventuras, atividades ao ar livre, paisagens paradisíacas, praia, sol e calor. Quem gosta de mergulhar, tem uma rica fauna marinha e é considerado um paraíso para a atividade.
— A diversidade de espécies que se vê durante um mergulho não pode ser encontrada em nenhuma outra parte do globo — destaca Lígia Ayub, dona da DC Tur, antes de fazer um alerta. — Ainda não é o país mais seguro para se visitar, por isso é bom sair com um tour comprado — diz.
Para se ter uma dimensão dessa diversidade, o país abriga nada menos do que 848 línguas e dialetos diferentes. Porém, a influência britânica e australiana garante que muita gente fale inglês por lá. Além disso, o povo é acolhedor e simpático, facilitando as coisas.
Uma trilha bastante procurada é a Kokoda Track. Uma via de fila única que percorre 96 quilômetros por terra, sendo 60 quilômetros em linha reta por meio da cordilheira Owen Stanley. Existe uma excursão, nessa região, que dura uma semana, passando por meio de montanhas que separam o norte e o sul do país. O percurso inclui a subida ao monte Hagen, um ponto deslumbrante, e também passa pelo Tavurvur, reconhecido por erupções devastadoras. É possível vê-lo de uma distância segura.
Nova Zelândia: entre os maoris e os hobbits
A saga pela Oceania precisa incluir a Nova Zelândia. O país é dividido entre a Ilha Norte, mais cosmopolita, e a Sul, paraíso para quem gosta de esportes radicais. Auckland, principal cidade da região, bem maior até mesmo do que a capital Wellington, tem muitos passeios legais. O centro urbano tem prédios de arquitetura moderna, rodeados por um mar de azul ímpar, bordado de iates e lanchas.
A cerca de 170 quilômetros dali fica Matamata, com o Hobbiton Movie Set, onde foram filmados os sucessos do cinema O Senhor dos Anéis e O Hobbit. A distância é percorrida em pouco mais de duas horas por uma estrada bonita e tranquila.
— Artistas locais contam a história, mostram onde foram feitas as filmagens e explicam as cenas — diz Lígia Ayub, da DC Tur, que considera 10 dias o tempo mínimo para ter uma experiência memorável na Nova Zelândia. — Ela é muito linda para ficar menos tempo do que isso. Auckland eu sempre faço questão de incluir nos roteiros porque é um centro urbano incrível, com excelentes restaurantes, lojas e passeios naturais— ressalta.
Entre os passeios naturais, destaque para os vulcões – alguns extintos, outros só adormecidos. Até a ilha vulcânica de Rangitoto, por exemplo, é possível ir de balsa a partir de Auckland. Mas há opções ainda mais próximas: é possível caminhar até o topo do Mount Eden, que dá nome ao bairro onde está localizado. Lá, o vulcão Mangawhai pode ser visitado por meio de trilhas de caminhadas ou corridas. Para completar, os All Blacks, time de rúgbi do país, joga no Eden Park, e a Mount Eden Road está repleta de livrarias, lojas de roupas vintage, cafés e wine bars.
Outro espetáculo da natureza neozelandesa são as cavernas onde reluzem vermes. As Waitomo Caves ficam a cerca de três horas de ônibus de Auckland, modal sugerido porque esses passeios são feitos em grupos, com guias especializados – não é tarefa simples desbravar ambientes de breu total, à exceção da presença dos inquilinos exóticos. Já no Kelly Tarlton’s Underwater World, um misto de museu, aquário e parque aquático em Auckland, é possível se aproximar de tubarões.
E quem quiser entender as origens locais deve visitar a vila de Ohinemutu, com um templo e algumas casas esculpidas com a arte dos maoris, povo originário da região. No passeio é possível contemplar a cultura desse povo, com roupas tradicionais, tatuagens tribais repletas de significados e a dança, chamada Haka, que tem origem nas batalhas. A intenção é intimidar o inimigo, por isso a cultura invadiu o esporte e tornou-se conhecida mundialmente.
Preços
- A distância influencia para que os preços não sejam baixos, mas é possível ajustar de acordo com o orçamento e o perfil do passageiro. A Austrália costuma sair mais em conta e algumas operadoras oferecem pacotes terrestres completos (incluindo hospedagem, traslados e alguns passeios).
- Embora as cotações sejam sempre muito dinâmicas, dá para ter uma ideia. Perto do dia 20 de setembro, um pacote de oito noites (contando hospedagem, traslado e alguns passeios) na Austrália sairia por volta de US$ 2,6 mil por pessoa em acomodação dupla, cerca de R$ 13,1 mil reais na cotação atual. A mesma configuração, com destino à Nova Zelândia, era cotada a US$ 3,5 mil por pessoa, próximo de R$ 17,7 mil. Para combinar os dois lugares, o investimento saltaria para aproximadamente US$ 5,6 mil por pessoa, na casa dos R$ 28 mil.
- Com as passagens, não é diferente. As rotas que partem de Porto Alegre variam tanto quanto os preços, com conexões como Chile, EUA, Oriente Médio ou Europa. Já os valores são a partir de R$ 12 mil, ida e volta, por pessoa para a Austrália e R$ 16 mil para a Nova Zelândia. Quem opta por roteiro personalizado pode fazer um bom planejamento, com antecedência, definindo a programação com a ajuda de um agente de viagens, especialista, garantindo economia de tempo e dinheiro.